Acidente com Boeing 787 mata 279 pessoas na Índia
Vítimas estavam no avião e em área residencial atingida pela explosão
Por: Iago Bacelar
14/06/2025 • 12:59
Um acidente aéreo com um Boeing 787 da Air India causou a morte de 279 pessoas na cidade de Ahmedabad, no noroeste da Índia, segundo novo balanço divulgado neste sábado (14). O número anterior apontava 265 mortos.
A aeronave caiu na última quinta-feira, menos de um minuto após decolar com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres. O avião transportava 230 passageiros, sendo 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense, além de doze tripulantes.
Explosão após queda atingiu moradores locais
O impacto ocorreu em uma área residencial próxima a um hospital, onde moram médicos e estudantes. De acordo com a polícia local, 38 das vítimas estavam no solo no momento da explosão causada pela queda do avião.
Os restos mortais das vítimas foram levados para o hospital da cidade. Uma fonte policial informou à AFP que os corpos ou partes deles seguem em processo de identificação.
Apenas um passageiro sobreviveu
Entre os ocupantes da aeronave, apenas um passageiro sobreviveu. Vishwash Kumar Ramesh, britânico de origem indiana de 40 anos, estava sentado na parte dianteira do avião.
“Ainda não consigo acreditar como consegui sair vivo de tudo isso”, declarou Ramesh em entrevista à televisão indiana.
No solo, o médico Mohit Chavda relatou os momentos após o acidente. “Uma rajada de vento e fumaça varreu o cômodo onde estávamos comendo”, contou à AFP. Ele acrescentou que a visibilidade era nula e os ocupantes da casa fugiram assim que puderam.
Avião caiu após emitir pedido de socorro
A aeronave emitira um pedido de socorro logo após a decolagem, às 13h39 no horário local (08h09 GMT), segundo a aviação civil indiana. O voo estava dentro da programação e o clima era considerado estável no momento da decolagem.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram a tentativa frustrada da aeronave de ganhar altitude, seguida de uma descida brusca até o impacto no solo.
Investigação conta com apoio internacional
A equipe de investigação já recuperou uma das duas caixas-pretas do Boeing 787 e segue em busca do registrador de conversas da cabine. A análise desses equipamentos é considerada essencial para identificar as causas da tragédia.
O ministro da Aviação, Ram Mohan Naidu Kinjarapu, classificou a descoberta como “um passo importante na investigação sobre as causas do acidente”. Ele deve conceder uma coletiva de imprensa neste sábado, em Nova Déli.
A agência britânica e a americana de investigação de acidentes anunciaram o envio de equipes para colaborar com os peritos indianos do Escritório de Investigações de Acidentes Aeronáuticos (AAIB).
Especialistas apontam que ainda é cedo para tirar conclusões sobre as causas da queda.
Acidente é o mais grave desde 2014
Este é o acidente aéreo com maior número de mortes no mundo desde 2014, quando um Boeing 777 da Malaysia Airlines foi abatido por um míssil na Ucrânia, causando a morte de 298 pessoas, incluindo 193 holandeses.
Segundo fontes próximas à investigação, este foi o primeiro acidente envolvendo um Boeing B-787 Dreamliner, modelo de longo alcance que entrou em operação em 2011.
Diante do ocorrido, a aviação civil da Índia determinou a inspeção preventiva de todos os Boeing 787 da Air India, com atenção especial aos motores, flaps das asas e trem de pouso.
CEO da Boeing cancela agenda
O CEO da Boeing, Kelly Ortberg, cancelou sua visita ao Salão Aeronáutico de Le Bourget, na França, previsto para iniciar na segunda-feira. A medida foi tomada em razão da gravidade do acidente e do impacto internacional do caso.
O ministro do Interior da Índia, Amit Shah, informou que o número final de mortos será divulgado após a conclusão das identificações por DNA.
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