Wagner Moura é ovacionado em Toronto com “O Agente Secreto”
Filme sobre ditadura brasileira é aclamado no TIFF e já mira o Oscar 2026
Por: Redação
08/09/2025 • 12:00 • Atualizado
O ator baiano Wagner Moura, 49, foi ovacionado neste domingo (7) durante a exibição de “O Agente Secreto” no prestigiado Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), no Canadá. Moura participou do evento ao lado do diretor Kleber Mendonça Filho e da produtora Emilie Lesclaux, esposa do cineasta.
Aclamado por público e crítica, o longa vem consolidando sua trajetória internacional, com elogios da imprensa norte-americana, que já cogita uma possível indicação de Wagner Moura ao Oscar de Melhor Ator em 2026. Antes da exibição no TIFF, o ator celebrou a repercussão positiva da obra.
“O caminho com esse filme tem sido incrível para mim. Eu estava incomodado por não ter feito nada em português, minha língua, por 12 anos. Este filme foi a melhor forma de voltar, e com o Kleber, um cineasta que admiro profundamente. É uma celebração, é o Recife... Ver o que aconteceu em Cannes, como o filme tem sido recebido, me deixa muito feliz de estar aqui”, declarou Moura, em inglês, antes de saudar o público brasileiro presente, que respondeu com entusiasmo.
O Agente Secreto já havia conquistado destaque ao vencer os prêmios de Melhor Ator (Wagner Moura) e Melhor Diretor (Kleber Mendonça Filho) no Festival de Cannes, em maio deste ano. Além disso, levou o Prêmio FIPRESCI, concedido pela Federação Internacional de Críticos de Cinema, e o Art et Essai, da Associação Francesa de Cinema de Arte (AFCAE).
O longa também foi eleito Melhor Filme no Festival de Cinema de Lima e Melhor Filme Internacional no Festival de Cinema de Jerusalém, consolidando-se como um dos principais representantes do cinema brasileiro nas premiações de 2025. A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para 6 de novembro.
Política e democracia em debate
A sessão no TIFF foi seguida de um bate-papo com o público. Durante o momento de perguntas e respostas, integrantes da plateia gritaram “sem anistia” uma referência direta ao tema do filme, que retrata os horrores da ditadura militar no Brasil, no final da década de 1970.
Wagner Moura aproveitou a ocasião para comentar o momento político atual e a atuação das instituições brasileiras frente aos recentes ataques à democracia.
“Estou muito orgulhoso das instituições brasileiras neste momento. Acho que o Brasil está se tornando um modelo de democracia que muitos países deveriam seguir”, afirmou.
Em entrevista, o ator também fez um paralelo com a situação nos Estados Unidos: “Brasileiros sabem o que é ditadura. Americanos, não. Por isso fomos eficientes em defender a democracia quando nossas instituições foram atacadas. Aqui nos EUA, às vezes, as pessoas dão a democracia como garantida. Isso me assusta.”
No filme, Wagner Moura interpreta Marcelo, um homem que tenta escapar da perseguição política durante a ditadura, ao mesmo tempo em que lida com uma relação conturbada com o próprio filho. A temática ressoa diretamente com a vida pessoal do ator.
“Queria que as pessoas vissem dois personagens distintos. Para mim, foi essencial imaginar o que significa crescer sem conhecer o próprio pai. Tenho três filhos, e meu pai faleceu. O tema pai e filho é o que mais me move como ator”, revelou.
Wagner é pai de Bem (18), Salvador (15) e José (13), frutos de seu casamento com a cineasta Sandra Delgado.
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