A Caixa Cultural Salvador inaugura nesta quarta-feira (23), às 19h, a exposição “Mario Cravo Neto: Sob o Sol da Bahia”, com entrada gratuita. A mostra reúne cerca de 40 fotografias, além de vídeos, desenhos, objetos e aquarelas do artista baiano, retratando a Bahia entre as décadas de 1960 e 1970.

Com curadoria de Christian Cravo, fotógrafo e filho de Mario Cravo Neto, a exposição permanece em cartaz até 2 de novembro e é uma realização da Via Press, com patrocínio da CAIXA e do Governo Federal e apoio institucional do Instituto Mario Cravo Neto.

Recorte do período experimental do artista ganha destaque

O recorte curatorial abrange a fase experimental do artista entre 1967 e 1975, período marcado por intensa produção que foi interrompido após um acidente que impactou sua trajetória.

Segundo Christian Cravo, “o maior legado de Mario Cravo Neto foi o de um artista que acreditou profundamente em sua vocação, mesmo em uma época em que linguagens como o cinema e a fotografia ainda não eram amplamente reconhecidas nas artes visuais”.

A seleção propõe uma viagem sensorial a um tempo anterior à urbanização acelerada de Salvador, com registros de pescadores, estivadores, plantações de tabaco e representações afrodescendentes no cotidiano da capital e do Recôncavo Baiano.

Obras exploram corpo, mar e ancestralidade

As aquarelas apresentadas na mostra evocam o movimento do mar e sua ligação com o inconsciente coletivo da Bahia. Já os filmes em formato 8 mm abordam diferentes dimensões do corpo. Entre eles está “Gato Capoeira” (1975), sobre a dança, “Lua e Sombra” (1975), que trata do trauma, e “Lua Diana” (1972), que mostra o nascimento da filha do artista.

Essas obras serão exibidas em um projeto expográfico contínuo, que integra vídeos, objetos e gravuras, criando uma experiência imersiva e sensorial para o público.

Programação inclui conversa com o curador e oficina fotográfica

Além da visitação, o público poderá participar de uma visita mediada com o curador Christian Cravo, seguida de uma roda de conversa. Também está prevista uma oficina de fotografia, com datas que serão divulgadas em breve. Todas as atividades são gratuitas e contarão com recursos de acessibilidade.

A exposição oferece uma oportunidade para o público conhecer o olhar de um dos nomes mais importantes da arte baiana do século XX, refletindo sobre a construção de memória e identidade por meio da imagem.