Apresentada durante a Semana de Moda de Milão, a nova coleção primavera/verão 2026 da Prada tem causado burburinho nas redes sociais. O motivo? uma sandália rasteira com tira em "T", apresentada no desfile e que lembra as tradicionais Kolhapuri chappals indianas, calçados artesanais feitos à mão no estado de Maharashtra há séculos.  

Assinada pelos estilistas Miuccia Prada e Raf Simons, a peça integrou os looks casuais e esportivos no desfile. Até o momento, não houve qualquer menção da marca à possível inspiração na moda indiana, o que acendeu críticas sobre apropriação cultural, especialmente porque as Kolhapuri possuem desde 2019 um selo de Indicação Geográfica que protege sua origem. 

Através das redes sociais, artesãos e usuários indianos manifestaram sua indignação: "Dedicamos gerações a esta arte que é nossa identidade. Ou nos respeitam, ou parem de roubar", protestou um usuário em comentário deixado no X.

A controvérsia relacionada à Prada com a apropriação cultural não é inédita. Em 2019, a grife foi acusada de copiar o design de rasteirinhas produzidas em Caruaru, cidade de Pernambuco. Na época, mesmo com a comoção de brasileiros nas redes, a marca não se pronunciou.

O caso atual da Prada leva ao debate sobre a exploração cultural dentro do mercado da moda de luxo. Grifes como Louis Vuitton e Carolina Herrera frequentemente utilizam símbolos culturais para transformá-los em produtos caros, sem qualquer crédito ou benefício às comunidades originárias.