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Abiquim apoia Plano Brasil Soberano após “tarifaço” dos EUA sobre produtos químicos

Associação vê pacote do governo como resposta estratégica e aposta em negociações para reverter taxação de 50% aplicada por Washington

Por: Lorena Bomfim

16/08/202517:30

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) divulgou, nesta sexta-feira (15), nota de apoio ao Plano Brasil Soberano, anunciado pelo governo federal na última quinta-feira (14). O setor químico brasileiro exporta cerca de US$ 2,5 bilhões por ano em insumos para os Estados Unidos.

Abiquim apoia Plano Brasil Soberano
Foto: Divulgação/JC

No início de agosto, o governo norte-americano, presidido por Donald Trump, impôs uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando para 50% a taxa total — percentual que já havia sido acrescido em abril em 10%.

Segundo a Abiquim, o Plano Brasil Soberano vai além do apoio financeiro, contemplando ajustes tributários, prorrogação de prazos e medidas de proteção ao emprego. “Ele dialoga com demandas históricas do setor químico e de seus principais clientes — indústrias que transformam insumos químicos em produtos de maior valor agregado destinados ao mercado norte-americano, como plásticos, calçados, alimentos, vestuário, cosméticos e itens de higiene pessoal”, destacou a entidade.

A associação ressaltou que, dos 700 produtos inicialmente incluídos no “tarifaço” norte-americano, cinco foram retirados da lista, o que representa cerca de US$ 1 bilhão em exportações preservadas. A Abiquim acredita que outros itens do setor também podem ser excluídos da taxação, o que significaria mais US$ 500 milhões em vendas. No entanto, a ampliação dessa lista depende de avanços rápidos nas negociações entre os governos brasileiro e americano.

A entidade também alertou que, caso as tarifas sejam mantidas, será necessário buscar novos mercados para reduzir as perdas do setor. “O setor, que emprega mão de obra altamente qualificada, tende a sentir os impactos sobre o emprego de forma mais lenta. No entanto, o cenário exige monitoramento constante. A dimensão inédita do pacote demanda acompanhamento para avaliar se será suficiente ou se será necessária uma segunda fase”, concluiu a Abiquim.