Homenagem a Juliana Soares marca luta contra feminicídio
Estudante homenageada em Natal destaca força da rede de apoio
Por: Lorena Bomfim
27/08/2025 • 10:13 • Atualizado
A estudante Juliana Soares, de 35 anos, vítima de uma tentativa de feminicídio no último dia 26 de julho, foi homenageada nesta segunda-feira (25) com a Comenda Maria da Penha, durante sessão solene na Câmara Municipal de Natal.
Juliana foi brutalmente agredida dentro do elevador de um condomínio pelo então namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, que desferiu 61 socos contra ela. A vítima sofreu múltiplas fraturas na face e na mandíbula, passando por uma cirurgia de mais de sete horas para reconstrução facial. O agressor foi preso e se tornou réu por tentativa de feminicídio.
Durante a homenagem, Juliana afirmou que se sente honrada por receber o reconhecimento e destacou sua recuperação.
“Eu me sinto honrada e muito feliz em representar um caso de resistência. Mesmo diante de tanta agressão, de uma tentativa de feminicídio, eu consegui me levantar e estou me reerguendo”, disse.
Apesar dos avanços, a estudante relatou que ainda enfrenta sequelas das agressões, como dificuldades de movimentação no lado direito do rosto. Ela segue em acompanhamento médico e realiza sessões semanais de fisioterapia.
“Eu estou sendo muito bem assistida pelos médicos que realizaram minha cirurgia e pela equipe de residentes. O tempo inteiro querem saber como estou”, contou.
Juliana também ressaltou a importância de encorajar outras mulheres a denunciar os agressores já nos primeiros sinais de violência.
“A importância que percebo é dar visibilidade para que as mulheres se sintam encorajadas a denunciar. Se eu consegui dar a volta por cima, elas também podem”, afirmou.
A estudante revelou que pretende retomar os estudos e o trabalho, além de ter recebido convites para rodas de conversa e palestras em outras cidades. No entanto, ainda não há previsão para o retorno dessas atividades.
Juliana fez questão de agradecer à rede de apoio formada por familiares, amigos e internautas, que, segundo ela, foi fundamental no processo de recuperação.
“Uma mulher que tem a quem recorrer se sente mais encorajada e consegue retomar a vida longe do agressor. Eu agradeço muito a solidariedade, o acolhimento e a empatia. A metade da minha recuperação foi graças a essa energia positiva, além dos cuidados médicos”, completou.