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ONS avalia retorno do horário de verão em 2025

Medida pode ajudar a evitar colapso no pico de consumo elétrico

Por: Victor Hugo Ribeiro

14/07/202518:00

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) expressou preocupações sobre a capacidade do sistema elétrico brasileiro em atender os picos de consumo, conforme indicado no novo Plano de Operação Energética (PEN) para 2025-2029. O documento confirma alertas anteriores e revela um agravamento no déficit de potência.

Energia
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Diante dessa situação, o ONS considera a possibilidade de reintroduzir o horário de verão como uma medida emergencial, com uma decisão prevista para agosto, a fim de implementar a mudança com antecedência. Especialistas destacam que o PEN indica que, embora haja uma superoferta de energia, a capacidade de potência está comprometida, o que pode levar a recomendações para o horário de verão.

Com o cancelamento de novos leilões em 2024, as opções para reforçar o sistema no curto prazo são limitadas. O uso intensificado de termelétricas, a antecipação de projetos do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) de 2021 e a importação de 2,5 gigawatts (GW) de energia de países vizinhos estão entre as alternativas consideradas.

O crescimento da geração de energia no Brasil tem sido impulsionado principalmente pela fonte solar, que, no entanto, não contribui para o atendimento da demanda noturna. A mini e microgeração distribuída solar deve aumentar significativamente, mas isso não resolve o déficit estrutural que se aprofunda.

Outra estratégia para mitigar o risco de apagões envolve acordos com grandes consumidores para a redução voluntária de carga em horários críticos, em troca de compensações financeiras. O volume contratado para este ano será divulgado em breve, mas a economia gerada por essa abordagem em 2023 foi limitada.

Se as chuvas não ocorrerem conforme esperado, os meses de outubro e novembro podem ser críticos. Especialistas ressaltam a urgência de um novo leilão de capacidade, visando 2026, já que não há tempo hábil para garantir potência suficiente para 2025. A situação demanda atenção imediata para evitar complicações futuras no fornecimento de energia.