A força do mar, seus símbolos e memórias ganham destaque na exposição “Conchas Preciosas”, da artista baiana Ana Laura Lacerda, em cartaz até 23 de julho no Centro de Cultura Manuel Querino, localizado na Câmara de Vereadores de Salvador, na Praça Thomé de Souza. A entrada é gratuita.

Composta por 40 quadros, a mostra reúne quatro décadas da trajetória da artista e convida o público a mergulhar em obras feitas com conchas, búzios e elementos naturais, que evocam espiritualidade, memória e consciência ecológica.

Entre os destaques estão duas obras inéditas de grandes proporções: “Farol” e “Mama África”, painéis que simbolizam o mar como luz, força ancestral e diversidade. “A arte tem um poder transformador. ‘Farol’ representa isso. E ‘Mama África’ fala do berço da humanidade”, explica Ana Laura.

A artista iniciou sua carreira aos 20 anos, em 1982, mas começou a trabalhar com conchas aos 18, inspirada pela estética dos restaurantes à beira-mar. Após uma pausa para criar os filhos, retomou a produção em 2020, aos 63 anos, em seu ateliê no bairro do Santo Antônio Além do Carmo.

“Hoje a arte é meu propósito de vida”, afirma Ana Laura, que celebra sua fase atual como uma era de maturidade criativa e liberdade. A exposição também marca o início de um projeto de exposições itinerantes em outras capitais do país.

A realização conta com apoio da Secretaria Estadual de Turismo e da Associação de Mulheres do Mar (AMMAR). “Sou grata à AMMAR. Essas mulheres incríveis me ajudaram a tornar esse sonho possível”, declara.

A artista define sua técnica como “arte do mar”, que une beleza, espiritualidade e sustentabilidade. As conchas usadas são coletadas por comunidades marisqueiras, com respeito aos períodos de defeso ambiental.

“Cada concha já é uma obra criada por Deus. Eu apenas componho com elas”, diz Ana Laura. “Minha arte é um chamado ao amor e respeito pelo oceano.”