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Guia destaca roteiros de afroturismo em todo o Brasil

Material mapeia experiências e impulsiona políticas públicas

Por: Iago Bacelar

12/07/202510:14

O Ministério do Turismo lançou o Guia do Afroturismo no Brasil – Roteiros e Experiências da Cultura Afro-Brasileira, que apresenta um diagnóstico detalhado do setor em todas as regiões do país. O material mapeia experiências e serviços turísticos protagonizados por pessoas negras e identifica boas práticas nacionais e internacionais. O objetivo é subsidiar políticas públicas voltadas ao afroturismo.

Guia destaca roteiros de afroturismo em todo o Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Diagnóstico e valorização da cultura negra

O guia reconhece a contribuição da cultura afro-brasileira e valoriza espaços de memória e resistência. O documento também funciona como uma forma de reconectar-se com o passado, resgatar a ancestralidade, fortalecer o presente e projetar um futuro de valorização da cultura negra.

As experiências são organizadas por macrorregiões e tipos de atividades, com opções que incluem visitas a quilombos, terreiros, circuitos gastronômicos, museus e feiras culturais. O guia destaca o potencial do turismo para geração de renda, fortalecimento da identidade cultural e valorização do patrimônio histórico material e imaterial.

Roteiros em destaque no guia

Um dos exemplos apresentados é o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, Alagoas. O local retrata a história de um dos quilombos mais importantes do país. Outro destaque é o Quilombo Cultural, em São Luís (MA), o maior quilombo urbano da América Latina, que oferece vivências culturais.

O guia também apresenta manifestações culturais como reggae, cacuriá, tambor de crioula, bumba meu boi, blocos afros e tradições religiosas africanas.

No estado de Sergipe, o roteiro inclui o Terreiro de Candomblé Alarokê, em São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil. Ali, o visitante participa de rodas de conversa, oficinas de dança afro e percussão, além de apresentações artísticas de música, teatro e dança que aprofundam o conhecimento sobre os saberes e espiritualidade dos povos de axé.

Na Bahia, é possível visitar o Terreiro do Gantois, um dos mais respeitados do Candomblé no país, e o Memorial Mãe Menininha do Gantois, além do Centro Comunitário Mãe Carmen, que combina tradição com compromisso social.

Outro destino baiano é o Quilombo Kaonge, em Cachoeira, que oferece experiências de feitura artesanal de farinha e azeite de dendê, preparo de xaropes medicinais e conversa sobre a moeda local, o Sururu.

Em Macapá, capital do Amapá, o guia destaca a Rota dos Barracões, em Marabaixo, onde o turista conhece a história afro-amazônica contada por moradores descendentes das famílias que participaram da construção da Fortaleza de São José.

Na região Centro-Oeste, o território Kalunga, em Goiás, abrange Monte Alegre de Goiás, Teresina de Goiás e Cavalcante. O local oferece trilhas e cachoeiras, como a Santa Bárbara.

Outros roteiros presentes no guia são o Circuito da Memória Negra, em Petrópolis (RJ), e a Pequena África, no Rio de Janeiro. Também consta o roteiro do Manguebeat, em Recife, que destaca a trajetória de Chico Science e manifestações como coco de roda, ciranda e maracatu.

Em Minas Gerais, o guia sugere visita à galeria subterrânea de ouro da Mina Du Veloso, em Ouro Preto, um sítio arqueológico com estruturas da exploração aurífera do século XVIII.

Elaboração e objetivos do guia

Para criar o guia, o Ministério do Turismo abriu um formulário público para que empreendedores negros, comunidades tradicionais e gestores indicassem experiências em seus territórios. A curadoria selecionou 43 iniciativas afrocentradas com base em critérios como presença no Mapa do Turismo Brasileiro, atuação de afroempreendedores e regularidade no Cadastur.

O Nordeste e Sudeste lideram o número de roteiros com 16 cada, seguidos pelo Norte com cinco, Centro-Oeste com quatro e Sul com dois.

O ministério informa que o afroturismo é uma prioridade na atual gestão, por meio do Programa Rotas Negras, que visa fomentar o segmento, fortalecer comunidades negras e posicionar a cultura afro-brasileira no cenário turístico nacional e internacional.