Bolsonaro diz que pode negociar tarifas com Trump
Ex-presidente condiciona ação à devolução do passaporte
Por: Victor Hugo Ribeiro
17/07/2025 • 14:47 • Atualizado
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta quinta-feira (17), que estaria disposto a negociar diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as tarifas anunciadas para produtos brasileiros. A condição para essa intermediação seria um sinal positivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a consequente devolução de seu passaporte, que está apreendido pela Polícia Federal.
"Se o Lula sinalizar para mim, eu sei que não é ele que vai dar o passaporte, eu negocio com o Trump. (...) Quem não vai conversar vai pagar um preço alto", afirmou Bolsonaro em coletiva de imprensa.
O ex-presidente expressou sua convicção de que a situação econômica "vai ficar pior" e que ele "teria sucesso em ter uma audiência com Trump". Ele argumentou que Trump, tendo adotado uma postura firme com a China, não hesitaria em fazer o mesmo com o Brasil, especialmente se não deseja ver o país "cada vez mais próximo da Venezuela".
Para Bolsonaro, é evidente que o presidente dos Estados Unidos não "vai ceder" em relação aos anúncios feitos, o que torna a negociação ainda mais crucial. Ele alertou que "o Brasil está ficando isolado, economicamente vamos ficar nós e a China", e que Trump o citou "por quatro, ou cinco vezes", indicando seu desejo de "restabelecer a democracia".
As Tarifas Anunciadas por Trump
Na quarta-feira da semana passada, Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, com vigência a partir de 1º de agosto. Em uma carta aberta direcionada a Lula, o republicano justificou a medida alegando uma relação comercial injusta e a postura do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação a Bolsonaro. O presidente Lula, por sua vez, reagiu à carta classificando-a como uma "total falta de respeito".