A Marinha dos Estados Unidos iniciou, nesta sexta-feira (5), uma série de exercícios militares em Porto Rico, em meio ao aumento das tensões diplomáticas e militares com a Venezuela. As manobras incluem treinamentos anfíbios, operações aéreas e a presença de milhares de fuzileiros navais e marinheiros em território porto-riquenho.

Entre os destaques da operação está o envio de dez caças F-35, aeronaves de combate furtivas avaliadas em cerca de US$ 80 milhões cada, que foram deslocadas para reforçar as ações no sul do Caribe. Segundo Washington, o objetivo oficial é ampliar a ofensiva contra cartéis de drogas na região, especialmente o Tren de Aragua, grupo criminoso de origem venezuelana apontado como alvo prioritário.

A mobilização conta ainda com o apoio do navio de assalto anfíbio USS Iwo Jima, acompanhado por outras embarcações de guerra, incluindo destroyers, submarino nuclear e aeronaves de vigilância. Ao todo, mais de 4.500 militares americanos estão envolvidos nas operações.

O clima de tensão se intensificou após um incidente em que caças venezuelanos sobrevoaram, de forma considerada “provocativa” pelos EUA, o destroyer USS Jason Dunham em águas internacionais. Em resposta, o presidente Donald Trump declarou que não hesitará em autorizar a derrubada de aeronaves que coloquem as forças americanas em risco.

A crise ganhou novos contornos após a recente operação dos EUA contra um barco no sul do Caribe, acusada de transportar drogas para o Tren de Aragua. O ataque resultou na morte de 11 pessoas. Enquanto Washington afirma que o alvo estava ligado ao narcotráfico, Caracas contesta a versão e alega que o material divulgado pelo Pentágono é forjado.

Com a escalada, cresce a preocupação de organismos internacionais e países da região sobre uma possível militarização do Caribe, em um cenário que pode aprofundar a crise diplomática entre Estados Unidos e Venezuela.