O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro na última segunda-feira (9), acusou os Estados Unidos de usarem a luta contra o narcotráfico como uma desculpa para justificar ações militares no Caribe, com o objetivo final de "colonizar" a América do Sul. A declaração foi feita durante uma entrevista à emissora RT na segunda-feira.

Segundo ele, a narrativa dos EUA como "mentirosa", alegando que o verdadeiro interesse do governo americano é o acesso às vastas reservas de petróleo e gás da Venezuela, e não o combate às drogas. Ele reforçou que a Venezuela sempre agiu no combate às rotas de tráfico e que a mobilização naval dos EUA tem como objetivo derrubar seu governo.

A escalada da tensão ocorre após os EUA oferecerem uma recompensa de US$ 50 milhões pela prisão de Maduro, que foi acusado de chefiar o cartel de drogas de Los Soles. O governo americano alega que narcotraficantes podem ser considerados "terroristas", e essa nova política externa serviria como base para a ofensiva.

Maduro expressou preocupação com a crescente presença militar americana na região, mencionando a chegada do chefe do Pentágono a Porto Rico e a presença de navios e mísseis apontados para a Venezuela.

Ofensiva e justificativas dos EUA

Em uma operação recente, 11 pessoas morreram em um confronto naval no Caribe. Segundo o governo Trump, o barco atingido transportava "narcoterroristas" da facção Tren de Aragua e tinha saído da Venezuela.

O Secretário de Estado, Marco Rubio, defendeu a ação, afirmando que as drogas a bordo do navio contribuiriam para a instabilidade em países do Caribe. Ele enfatizou que os EUA usarão todo o seu poder para erradicar esses cartéis de drogas.

De acordo com o líder venezuelano argumenta que o verdadeiro "cartel do norte" está nos Estados Unidos, onde 85% do dinheiro do tráfico internacional de drogas é movimentado em bancos americanos. Ele sugere que a política de drogas dos EUA é uma fachada para uma agenda de invasão e roubo de recursos naturais, especialmente o petróleo.