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Política

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Trump indica 61 embaixadores pelo mundo, mas deixa o Brasil de fora

São 58 "políticos", e apenas três são diplomatas de carreira

Por: Victor Hugo Ribeiro

17/07/202518:27Atualizado

Em meio a crise do tarifaço e os seus seis meses de seu mandato, o presidente Donald Trump indicou 61 embaixadores, segundo a Associação do Serviço Exterior Americano (AFSA). Trump priorizou nomes de sua confiança, incluindo para países latino-americanos com ideologias distintas da Casa Branca, como México, Colômbia e Chile.

Trump
Foto: Foto: Reprodução/Instagram @realdonaldtrump

No entanto, a embaixada americana no Brasil permanece sem um titular desde janeiro, quando Elizabeth Bagley, nomeada pelo ex-presidente Joe Biden e conhecida doadora do Partido Democrata, deixou Brasília. Atualmente, a embaixada é chefiada pelo encarregado de negócios, Gabriel Escobar, que possui experiência diplomática em países como Paraguai, Bolívia e Sérvia.

A situação brasileira contrasta com a da Argentina, onde Trump nomeou Peter Lamelas, um médico e empresário de origem cubana com forte ligação a Mar-a-Lago, seu resort particular, antes mesmo de sua posse. Para a Colômbia, foi indicado o advogado e ex-xerife Dan Newlin, apoiador republicano.

O Perfil dos Embaixadores de Trump e a Situação Brasileira

Dos 61 embaixadores indicados por Trump, 58 são considerados "políticos", e apenas três são diplomatas de carreira, segundo a AFSA. Essa lista inclui representações em organismos internacionais como a ONU e a OEA. Para a China, por exemplo, Trump escolheu David Perdue, ex-senador republicano.

No Brasil, o encarregado de negócios, Gabriel Escobar, é visto como um interlocutor honesto, mas com limitada capacidade de influência em Washington. No Itamaraty, ele já foi apelidado de "sub do sub do sub", uma referência à maneira como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se referiu a Robert Zoellick, chefe do USTR (escritório de representação comercial da Casa Branca) em 2002.

 Naquela época, Zoellick, um influente membro do governo George W. Bush, provocou Lula ao sugerir que o Brasil comerciaria com a Antártida se rejeitasse a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), à qual Lula e o PT eram contrários. Zoellick, posteriormente, tornou-se presidente do Banco Mundial.