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Gato ajuda cientistas a descobrirem novos tipos de vírus

Animal levou presas mortas que revelaram microrganismos inéditos

Por: Victor Hugo Ribeiro

16/07/202507:00

Um gato doméstico da Flórida, nos Estados Unidos, tem contribuído de forma inusitada para o avanço da ciência. O animal, ao levar presas mortas para seu dono como forma de afeto, acabou ajudando na descoberta de dois vírus até então desconhecidos. Em vez de descartar os animais, o tutor, que atua na área de virologia, aproveitou a oportunidade para realizar uma análise laboratorial e identificar microrganismos presentes nos corpos.

Gato deitado no mato
Foto: John Lednicky/ Divulgação

A descoberta mais recente foi publicada em junho de 2025, enquanto a anterior havia sido divulgada em 2024. O comportamento do gato, embora curioso, é considerado comum entre animais domésticos e pode ser interpretado como uma forma de demonstrar carinho. Esse tipo de atitude também já foi observado em outras espécies, como orcas.

Entre os animais levados pelo gato estava um pequeno mamífero típico da região dos Everglades, conhecido como musaranho-de-cauda-curta. A análise revelou a presença de um orthoreovírus ainda não catalogado. Esses vírus eram, até pouco tempo atrás, considerados inofensivos para humanos, mas estudos mais recentes apontam uma possível ligação com doenças respiratórias, neurológicas e gastrointestinais, embora os riscos reais dessa nova variante ainda não estejam totalmente esclarecidos.

Anteriormente, o gato já havia levado para casa um camundongo infectado com outro vírus inédito nos Estados Unidos, pertencente ao grupo dos jeilongvírus. Essa cepa chamou atenção por sua capacidade de infectar células de primatas, indicando um possível risco de transmissão entre espécies, o que levanta preocupações sobre a possibilidade de contágio entre animais e humanos.

A importância dessas descobertas vai além do inusitado envolvimento de um animal doméstico. A identificação precoce de vírus locais pode ser uma ferramenta valiosa para fortalecer a vigilância sanitária, contribuindo para a prevenção de surtos regionais e até mesmo de alcance mais amplo.