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SUS passa a aplicar vacina ACWY em crianças de 1 ano

Alteração amplia a imunização infantil e já está em vigor em todo o Brasil

Por: Lorena Bomfim

03/07/202511:58Atualizado

A vacinação infantil contra meningite sofreu uma mudança importante no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da última terça-feira (1º). Crianças com 12 meses de idade agora receberão a vacina meningocócica ACWY, substituindo a versão C, que era aplicada como dose de reforço no primeiro ano de vida. A nova diretriz, anunciada pelo Ministério da Saúde, amplia a proteção contra os principais sorogrupos da bactéria causadora da doença e já está em vigor em todo o país.

Imagem da Vacina
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O que muda na vacinação infantil

Anteriormente, o esquema vacinal contra meningite previa duas doses da vacina meningocócica C, aplicadas aos três e cinco meses de idade, com um reforço da mesma vacina aos 12 meses. Com a atualização, a dose de reforço aos 12 meses passa a ser da vacina meningocócica ACWY, que oferece proteção contra quatro sorogrupos da bactéria Neisseria meningitidis: A, C, W e Y.

A versão ACWY já era disponibilizada na rede pública, mas apenas para adolescentes de 11 a 14 anos, em dose única ou como reforço, dependendo do histórico de vacinação. A inclusão da faixa etária de 12 meses representa, segundo o Ministério da Saúde, um avanço significativo na prevenção das formas mais graves da meningite.

Quem deve tomar a vacina ACWY

De acordo com o Ministério da Saúde, crianças que já completaram o ciclo vacinal com as duas doses da vacina meningocócica C e o reforço aos 12 meses não precisam ser vacinadas novamente com a ACWY neste momento.

A recomendação é voltada para crianças que ainda não receberam a dose de reforço aos 12 meses. Essas poderão ser imunizadas diretamente com a vacina ACWY, conforme as novas diretrizes adotadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Meningite segue como ameaça no Brasil

A mudança na política de vacinação ocorre diante de um cenário preocupante. Somente em 2025, o Brasil já registrou 4.406 casos confirmados de meningite, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Desses, 1.731 foram do tipo bacteriana — a forma mais grave da doença —, 1.584 do tipo viral e 1.091 relacionados a outras causas ou não especificados.

Situação na Bahia

Na Bahia, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) notificou 49 casos de meningite até maio de 2025, com seis mortes confirmadas. Embora os números sejam menores do que os registrados em 2024 — quando o estado teve 446 casos e 24 óbitos —, especialistas alertam para a permanência do risco, especialmente pela dificuldade de diagnóstico precoce em crianças pequenas.

Outras vacinas que ajudam na prevenção

Além da vacina meningocócica ACWY, o SUS oferece outras vacinas que ajudam na prevenção de diferentes tipos de meningite. Entre elas estão:

  • BCG – protege contra formas graves da tuberculose, que podem afetar as meninges;

  • Vacina Pentavalente – inclui proteção contra Haemophilus influenzae tipo B, causador de meningite bacteriana;

  • Vacinas pneumocócicas 10, 13 e 23-valente – combatem o Streptococcus pneumoniae, outro agente causador da meningite.

Manter a caderneta de vacinação atualizada é fundamental para garantir a proteção contra a doença.

Entenda a meningite

A meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por bactérias, vírus, fungos, parasitas ou ainda por fatores não infecciosos, como:

  • Câncer com metástase nas meninges;

  • Lúpus;

  • Reações adversas a medicamentos;

  • Traumatismos cranianos.

As meningites bacterianas são mais frequentes no outono e no inverno, enquanto as virais costumam ocorrer com mais incidência na primavera e no verão.

Sintomas

Os principais sintomas da meningite incluem:

  • Febre alta;

  • Rigidez na nuca;

  • Dor de cabeça intensa;

  • Vômitos;

  • Sensibilidade à luz.

Em crianças pequenas, também podem surgir sinais como irritabilidade, choro constante, moleira tensa e recusa a se alimentar.

Diante de qualquer suspeita, a orientação é buscar atendimento médico imediato. A detecção precoce e o início rápido do tratamento são essenciais para evitar complicações e salvar vidas.