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Xarope comum pode retardar demência em pacientes com Parkinson

studo canadense aponta que o ambroxol apresentou benefícios cognitivos e proteção cerebral em fase inicial de testes

Por: Lorena Bomfim

15/07/202522:00

A pesquisa foi realizada por cientistas do Lawson Research Institute, ligado ao St. Joseph’s Health Care London, no Canadá. Ao longo de 12 meses, os pesquisadores acompanharam 55 pessoas com demência causada pela doença de Parkinson — condição que afeta a memória, causa confusão, alucinações e alterações de humor. Metade dos pacientes recebeu doses diárias de ambroxol, enquanto o restante tomou placebo.

Imagem do Xarope
Foto: Reprodução / IA

De acordo com o neurologista cognitivo Stephen Pasternak, que lidera o estudo, o objetivo era encontrar um tratamento capaz de mudar o curso da demência associada ao Parkinson. A condição atinge cerca de 50% dos pacientes diagnosticados com a doença dentro de 10 anos.
“Este estudo inicial traz esperança e fornece uma base sólida para pesquisas maiores”, afirmou Pasternak ao site
Science Daily.

Resultados promissores

Os pacientes que tomaram ambroxol apresentaram estabilidade nos sintomas psiquiátricos e, entre aqueles com variantes genéticas de alto risco (GBA1), houve melhoras cognitivas. Além disso, um marcador de dano cerebral chamado GFAP aumentou no grupo placebo, mas permaneceu estável entre os tratados com o medicamento, sugerindo um efeito protetor.

O ambroxol atua na enzima glicocerebrosidase (GCase), essencial para a limpeza de resíduos nas células cerebrais. Em pessoas com Parkinson, essa enzima costuma apresentar níveis reduzidos, o que favorece o acúmulo de substâncias tóxicas no cérebro.

Apesar de ser aprovado há décadas na Europa para tratar doenças respiratórias, o ambroxol ainda não tem autorização para uso no Canadá ou nos Estados Unidos no contexto neurológico. A equipe responsável pelo estudo já planeja uma nova pesquisa, com maior número de participantes e foco na cognição, para confirmar os resultados.

Entenda a demência causada pela doença de Parkinson:

  • Não é um sintoma inicial da doença, mas pode surgir em estágios mais avançados;

  • Afeta cerca de metade dos pacientes diagnosticados após dez anos;

  • Os tratamentos atuais aliviam sintomas, mas não impedem o avanço da doença;

  • O estudo aponta que o ambroxol pode proteger o cérebro contra danos, abrindo caminho para novas abordagens terapêuticas.