O locutor Kabelinho Andrade, uma das vozes mais conhecidas das madrugadas do rádio baiano, foi o convidado desta quinta-feira (23), do programa Portal Esfera no Rádio, transmitido pela Itapoan FM (97,5) e apresentado por Luis Ganem. No ar há quase quinze anos, Kabelinho compartilhou suas percepções sobre a transformação do rádio e as mudanças na cobertura esportiva ao longo dos anos.

“O rádio hoje é tudo: é humor, é teatro, é improviso. O locutor precisa ser completo, não pode ser um robô sentado na frente do microfone”, afirmou, ressaltando o papel da criatividade e da espontaneidade na comunicação radiofônica.

Ao comentar sobre o impacto da internet, da televisão e dos podcasts, ele foi enfático ao defender a força do rádio como meio de comunicação popular e acessível.

“O rádio tem um dinamismo que a internet não tem. Pra mim, o rádio ainda chega primeiro em qualquer lugar. A internet é avançada, mas o rádio continua em primeiro lugar”, destacou.

O locutor também comentou sobre as mudanças no jornalismo esportivo e lamentou o distanciamento entre repórteres e jogadores nas coberturas. Ele relembrou o início da sua trajetória no programa Galáticos, da Itapoan FM, quando foi convidado para atuar como repórter de torcida.

“Hoje o futebol está muito fechado. O repórter de campo perdeu espaço. Pra fazer uma pergunta a um jogador, é preciso pedir autorização à assessoria. Antigamente era diferente, a gente tinha mais liberdade”, observou.

Mesmo diante das transformações do meio, Kabelinho reforçou sua paixão pelo rádio e o poder emocional que o microfone exerce sobre quem o ouve, e quem o conduz.

“Quando a gente abre o microfone, não tem noção do que a nossa voz é capaz de fazer. Pode emocionar, consolar, transformar o dia de alguém. O microfone é nossa arma e nossa força. É algo de milhões para quem entende o valor disso”, concluiu emocionado.