O principal polo cultural do Centro Histórico de Salvador, a Praça das Artes, Cultura e Memória, no Pelourinho, passou a se chamar oficialmente Praça Mestre Neguinho do Samba. A mudança foi autorizada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) e entrou em vigor nesta quinta-feira, 18, após publicação no Diário Oficial do Estado.

A alteração no nome do espaço ocorre depois da aprovação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), de autoria do próprio governador. Com a sanção do Executivo, o local passa a carregar, de forma permanente, o legado do criador do samba-reggae, ritmo que se tornou símbolo da identidade cultural baiana.

Ao oficializar a homenagem, o governo do Estado reconhece a importância histórica e artística de Neguinho do Samba para a cultura popular, especialmente para o Carnaval de Salvador e para a projeção internacional da música produzida no Pelourinho.

Quem foi Mestre Neguinho do Samba

Reconhecido mundialmente como o pai do samba-reggae, Antônio Luís Alves de Souza, o Mestre Neguinho do Samba, nasceu em 21 de junho de 1955 e construiu uma trajetória diretamente ligada à valorização da cultura afro-baiana. Ele foi fundador da banda feminina Didá e atuou por anos como maestro do bloco Olodum.

Ao longo da carreira, Neguinho do Samba foi responsável por fundir o samba brasileiro com ritmos caribenhos e o reggae, criando uma batida que se consolidou como expressão de resistência cultural e identidade negra na Bahia.

Além do impacto local, sua influência ultrapassou fronteiras. O músico participou de projetos com artistas internacionais, como Michael Jackson, na gravação do clipe de “They Don’t Care About Us”, filmado no próprio Pelourinho, e também colaborou com Paul Simon.

Pelourinho e o simbolismo da homenagem

Localizada em um dos pontos mais emblemáticos do Pelourinho, a antiga Praça das Artes concentra manifestações culturais, apresentações musicais e atividades ligadas à memória afro-brasileira. A escolha do espaço para receber o nome de Mestre Neguinho do Samba reforça a conexão direta entre o território e a história do artista.

Com a mudança, o local passa a funcionar também como um marco simbólico da contribuição do músico para a cultura baiana, eternizando no espaço público o legado de quem ajudou a transformar o som das ruas de Salvador em referência mundial.