Urologista explica dor do cálculo renal, disfunção erétil e vasectomia sem corte
João Estrela detalha sintomas, riscos e desmistifica procedimentos em entrevista ao Portal Esfera no Rádio
Por: Marcos Flávio Nascimento
10/12/2025 • 15:00 • Atualizado
A entrevista desta quarta-feira (10), do Portal Esfera no Rádio, transmitido na Rádio Itapoan FM (97,5), apresentado por Luís Ganem, foi com o Dr. João Estrela, especialista em vasectomia sem corte, uro-pediatria e cirurgia robótica. O bate-papo trouxe uma série de esclarecimentos sobre temas que costumam gerar dúvidas e medo entre os pacientes.
Na conversa, o médico explicou como funciona a dor do cálculo renal, comentou os impactos emocionais e físicos da disfunção erétil e desmistificou a vasectomia sem corte e sem agulha, um dos procedimentos mais procurados atualmente.
Um dos pontos abordados envolveu a diferença entre cálculos silenciosos e os que causam crise aguda. Em suas palavras, “o cálculo que está no rim paradinho não dói, ele é silencioso até o momento em que resolve sair”. O médico destacou que o problema começa quando o cálculo obstrui o canal urinário, gerando uma dor descrita como “insustentável”.
“A crise é abrupta, intensa, a pessoa não encontra posição, sente vontade de vomitar e alguns pacientes já me disseram que prefeririam ter três partos normais a enfrentar outra crise de cálculo renal. O cálculo pode acontecer mesmo bebendo mais de dois litros por dia porque é multifatorial, envolve fatores químicos e predisposições individuais”, explicou.
Na sequência, o médico abordou a disfunção erétil, que classificou como um problema cada vez mais presente na rotina de homens jovens e adultos. Estrela destacou que a exposição à pornografia e a comparação com padrões irreais têm impactado o desempenho sexual de forma expressiva.
“O jovem chega à relação já ansioso, achando que precisa performar como um ator de filme pornô. A preocupação transforma o sexo em trabalho, e aí nada funciona porque a relação exige relaxamento, presença e naturalidade”, afirmou.
Ele ainda alertou para os casos em que a disfunção pode sinalizar algo mais grave.
“Quando a disfunção erétil aparece, principalmente em homens que têm pressão alta, diabetes, obesidade ou colesterol alto, isso pode ser um aviso de que as artérias estão obstruídas, de que há risco de infarto ou AVC”, afirmou.
Outro ponto importante da conversa foi a discussão sobre sintomas urinários associados ao aumento da próstata. Estrela esclareceu que o jato fraco, especialmente pela manhã, pode ser um sinal inicial de obstrução.
“Quando a bexiga está muito cheia, ela já perde força para empurrar a urina. Se a próstata está crescida, o jato sai mais fraco. Às vezes o paciente só percebe quando toma muita água, porque aumenta o volume de urina e o sintoma fica mais evidente”, explicou.
Vasectomia
O urologista dedicou ainda parte da entrevista para desmistificar a vasectomia sem corte e sem agulha, técnica cada vez mais procurada por ser minimamente invasiva.
"A técnica utiliza um furinho único no centro da bolsa, por onde puxamos os dois canais. A anestesia é feita com uma caneta pressurizada, sem agulha, o que reduz muito o desconforto. Por não precisar de pontos, a recuperação é muito rápida e o paciente sai do consultório pronto para retomar as atividades do dia”, disse.
Estrela reforçou que o tabu masculino ainda é o maior obstáculo. “O homem acha que a vasectomia mexe com ereção, desejo ou desempenho. Na prática, acontece o contrário, porque a tranquilidade de não ter risco de gravidez deixa a relação bem mais leve e melhora o sexo para os dois”, destacou.
