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Faixa 4 do MCMV impulsiona mercado imobiliário e aquece vendas

Expectativa é que a Faixa 4 aumente o poder de compra de milhares de famílias

Por: Felipe Santana

22/07/202515:30

A criação da Faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, tem movimentado o setor da construção civil e impulsionado o volume de lançamentos e vendas de imóveis no país. A nova modalidade permite financiamentos de imóveis de até R$ 500 mil, com prazos de até 35 anos e juros fixos que variam entre 10% e 10,5% ao ano.

Imóveis
Foto: Divulgação

Desde que entrou em vigor, em maio de 2025, a medida já tem gerado reflexos diretos nas estratégias das construtoras e no comportamento do consumidor. Dados do segundo trimestre apontam que empresas como MRV, Cury, Direcional, Plano & Plano e Tenda somaram R$ 9 bilhões em lançamentos — uma alta de 28,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas líquidas também cresceram: R$ 8,2 bilhões, um avanço de 12,3% no mesmo intervalo.

A MRV, por exemplo, informou que cerca de 20% dos seus novos empreendimentos já se encaixam nas condições da Faixa 4, mesmo sem projetos exclusivos para esse público. Além disso, o preço médio dos imóveis vendidos pela companhia subiu para R$ 270 mil — aumento de 7,6% em relação ao ano anterior. Já a Cury registrou crescimento de 8,8% no valor médio de seus imóveis, chegando a R$ 337,8 mil.

Construtoras estão revendo suas estratégias comerciais. Algumas passaram a reduzir o número de parcelas da entrada, apostando em modelos de pagamento mais diretos, enquanto outras ajustaram seus preços para garantir margens maiores diante do novo perfil de comprador. A expectativa é que a Faixa 4 aumente o poder de compra de milhares de famílias, especialmente da classe média que utiliza o financiamento pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Especialistas do setor avaliam que os impactos positivos da nova faixa ainda estão no início e devem se intensificar no segundo semestre de 2025 e ao longo de 2026. Com acesso facilitado ao crédito, melhores condições de financiamento e demanda aquecida, o mercado imobiliário vive um novo ciclo de crescimento impulsionado por políticas públicas voltadas à habitação de interesse social.