Ana Maria Gonçalves é eleita imortal pela ABL
Em 127 anos, autora é 1ª mulher negra membra da academia
Por: Gabriel Pina
10/07/2025 • 19:30
Nesta quinta-feira (10), a escritora mineira Ana Maria Gonçalves, autora do best seller “Um Defeito de Cor”, foi eleita para ocupar a cadeira de número 5 da Academia Brasileira de Letras(ABL). Em 127 anos, é a primeira vez que a academia tem como imortal uma mulher negra.
Ao todo, a mineira recebeu 30 dos 31 votos, superando nomes como Eliane Potiguara, Ruy Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Hartmann, Remilson Candeia, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Gilmar Cardoso, Roberto Numeriano, Aurea Domenech e Martinho de Melo.
Agora, Ana Maria passa a ocupar a cadeira deixada pelo linguista Evanildo Bechara, falecido em maio deste ano.
A vitória da escritora é considerada histórica: para além de ser a primeira mulher negra a integrar a mais importante instituição literária do Brasil, o episódio “supera” a derrota da também escritora Conceição Evaristo na ABL, em 2018, quando na época recebeu apenas um voto, sendo derrotada pela jornalista Miriam Leitão.
Segundo críticos literários, “Um Defeito de Cor” é considerado um ponto de virada na literatura negra brasileira. Publicado em 2006, o livro acompanha a vida do personagem Kehinde, desde seu sequestro na África, passando pela escravização no Brasil e na sua busca pelo filho perdido.
Responsável por inspirar uma geração de leitores, além de servir como referência para exposições de arte, enredos de escola de samba e outras diversas produções culturais, o livro tem mais de 180 mil cópias vendidas.