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Margareth critica Claudia Leitte por mudar letra e fala sobre intolerância

Ministra da Cultura defende respeito às matrizes africanas e educação racial no Brasil

Por: Redação

14/12/202510:11Atualizado

A cantora e Ministra da Cultura, Margareth Menezes, se manifestou publicamente sobre a polêmica envolvendo Claudia Leitte, que alterou a letra de uma de suas músicas, substituindo a referência a Iemanjá por Yeshua (nome original de Jesus em algumas religiões). A mudança, que aconteceu no final de 2023 e gerou grande repercussão, foi vista por parte do público como uma afronta às tradições das religiões de matriz africana, levando a acusações de intolerância religiosa que chegaram ao Ministério Público.

Foto Margareth critica Claudia Leitte por mudar letra e fala sobre intolerância
Foto: Reprodução / Facebook - Itaipava Arena Fonte Nova

Em entrevista à revista Veja, Margareth foi questionada sobre o episódio e não poupou críticas. Para ela, o caso evidencia a necessidade urgente de uma educação racial mais efetiva no Brasil.

"Precisamos de educação racial no Brasil. Esse episódio é mais um de desrespeito às matrizes africanas. A intolerância religiosa precisa ser tratada com a dimensão que ela tem", afirmou a cantora, enfatizando que ataques contra religiões como o candomblé e a umbanda são comuns e precisam ser combatidos.

Margareth destacou a importância de respeitar os direitos de crença e expressão, sobretudo em um país democrático como o Brasil, onde a diversidade religiosa é uma característica fundamental. "As simbologias dessas religiões são frequentemente alvo de ataques danosos. Em um país democrático, deve-se respeitar o direito de crença e expressão", completou.

A polêmica em torno de Claudia Leitte ganhou destaque após um vídeo de seu show no Candyall Guetho Square, em Salvador, viralizar nas redes sociais. No registro, a cantora canta "Eu canto meu Rei Yeshua" no lugar de "Saudando a rainha Iemanjá", o que gerou a reação de fãs e ativistas das religiões afro-brasileiras.

Claudia Leitte, que se tornou evangélica em 2014, vem adotando posturas mais alinhadas com a sua fé cristã nos últimos anos, o que tem gerado debates sobre a relação entre suas crenças religiosas e o respeito à diversidade cultural brasileira.