USP Alerta: Dieta com Muita Carne, Pouca Fruta
Consumo de frutas ainda é muito baixo no país
Por: Ana Beatriz Fernandez Martinez
14/07/2025 • 06:00
Uma pesquisa realizada por especialistas da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que a alimentação do brasileiro contém níveis adequados de proteína, mesmo entre a população mais pobre. Publicado na Revista de Saúde Pública, o estudo desmistifica a ideia de que há um déficit generalizado desse nutriente no país apenas 2,6% dos brasileiros consomem menos proteína do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os pesquisadores alertam que a suplementação de proteínas tem sido supervalorizada, muitas vezes isolando o nutriente e ignorando o padrão alimentar como um todo. A OMS recomenda 0,8g de proteína por quilo de peso ao dia, quantidade facilmente atingida com alimentos comuns, como 180g de frango ou 2,5 doses de whey protein. No entanto, o foco excessivo em suplementos pode mascarar problemas reais, como a falta de diversidade nutricional.
O Brasil é um dos países que mais aumentou o consumo de carne nas últimas décadas, garantindo proteína suficiente para a maioria da população. No entanto, frutas, legumes e verduras ainda são negligenciados, principalmente entre as famílias de baixa renda. Enquanto os mais pobres consomem apenas 3,4% das calorias diárias vindas desses alimentos, os mais ricos chegam a 6,4% — ainda abaixo dos 10% ideais.
Com a popularidade do universo fitness, os suplementos proteicos, como o whey, ganharam destaque. No entanto, os pesquisadores destacam que o problema não é a falta de proteína, mas sim a carência de alimentos nutritivos e naturais. O estudo reforça que uma dieta equilibrada, com menos ultraprocessados e mais vegetais, é mais importante do que o consumo excessivo de suplementos.
A discussão sobre o excesso de foco em proteínas não é nova. Desde os anos 1970, especialistas alertam que, com uma ingestão calórica adequada, o corpo geralmente recebe proteína suficiente. A verdadeira deficiência está na baixa diversidade alimentar, que pode levar a outros problemas de saúde. Para os cientistas, a solução não está em mais suplementos, mas em priorizar alimentos frescos e minimamente processados.
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