A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou mensagem em rede social nesta terça-feira (26) na qual afirmou enfrentar um desafio “enorme” para resistir à perseguição e suportar humilhações. A manifestação ocorreu horas depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar monitoramento em tempo integral da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Mensagem de Michelle Bolsonaro

“Sabe… a cada dia que passa, o desafio tem sido enorme resistir à perseguição, lidar com as incertezas e suportar as humilhações”, escreveu Michelle no Instagram.

Na publicação, ela também declarou “nós vamos vencer” e afirmou que há uma promessa de Deus, destacando fé mesmo diante de momentos difíceis.

“Mas não tem nada, não. Nós vamos vencer. Deus é bom o tempo todo, e nós temos uma promessa. Pai, eu Te amo, independente dos dias ruins. Eu Te louvo de todo o meu coração. O Senhor não perdeu o controle de absolutamente nada. Hoje eu declaro o Brasil pertence ao Senhor Jesus”, completou a ex-primeira-dama.

Prisão domiciliar e monitoramento de Bolsonaro

Bolsonaro reside em um condomínio no Setor Habitacional Jardim Botânico, em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. A medida foi determinada por Moraes após o ministro avaliar descumprimento de cautelares anteriores.

Nesta terça, o magistrado determinou, em concordância com a Procuradoria-Geral da República (PGR), reforço no monitoramento do ex-presidente. A decisão atendeu solicitação do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que apontou risco de fuga de Bolsonaro e possível pedido de refúgio na Argentina.

O parlamentar fundamentou o pedido na descoberta, pela Polícia Federal (PF), de um documento no celular de Bolsonaro indicando intenção de solicitar asilo político no país vizinho.

Proposta de vigilância interna da PF

Após a decisão de Moraes, a PF enviou ofício ao ministro sugerindo que o monitoramento seja feito dentro da residência de Bolsonaro e Michelle, e não apenas nas imediações. O pedido foi encaminhado por Moraes à PGR, que deverá emitir parecer sobre a proposta. Não há prazo definido para resposta.

O processo contra Bolsonaro e Eduardo

As medidas contra Bolsonaro foram determinadas no âmbito do inquérito 4.995, que apura suposta coação para atrapalhar o andamento da Ação Penal 2.668. O processo investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram indiciados pela suspeita de coação no curso do processo. Eduardo está nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano.

O julgamento da Ação Penal 2.668 está marcado para a próxima terça-feira (2 de setembro).