Parlamentares baianos reagem à decisão do STF contra Bolsonaro: "Perseguição"
Deputados do PL da Bahia apontam abuso e parcialidade do STF em medidas contra o ex-presidente
Por: Layra Mercês
18/07/2025 • 19:06
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impôs o uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (18), causou forte reação entre representantes da direita baiana. Nas redes sociais, parlamentares classificaram a medida como um ato de perseguição com viés político.
Acusações de parcialidade no Judiciário
Para o deputado federal Capitão Alden (PL-BA), a medida reflete desequilíbrio institucional. “Esse episódio revela um claro descompasso nas decisões judiciais e reforça o sentimento de perseguição contra Bolsonaro. A Justiça não pode agir com motivação política, precisa ser neutra”, disse.
O deputado estadual Diego Castro (PL-BA) também se manifestou. “Mais uma cena lamentável: viaturas cercam a casa de Bolsonaro. Força, Capitão. O Brasil que ama a liberdade está contigo”.
Em entrevista à rádio Sociedade da Bahia, o presidente estadual do PL, João Roma, criticou duramente a atuação do Judiciário: “Enquanto criminosos são ignorados, Bolsonaro e sua família sofrem uma caçada judicial que ignora os limites constitucionais”, declarou. Ele ainda afirmou que a ação tem como objetivo apenas “gerar humilhação”.
Segundo Roma, o ex-presidente estaria sendo punido apenas por ter se reunido com embaixadores. “Impor tornozeleira, limitar acesso às redes, proibir o convívio com os filhos — isso é constrangimento público, não Justiça”, acrescentou.
Leandro de Jesus (PL), deputado estadual, disse em nota que a decisão do ministro Alexandre de Moraes é reflexo da insegurança jurídica vivida no país. “Bolsonaro sempre respeitou decisões judiciais. Já declarou que não sairia do país nem buscaria asilo. Essas restrições demonstram que estamos perdendo o senso democrático”, pontuou.
Ele criticou ainda as determinações de afastamento familiar e bloqueio de redes sociais. “Limitar o direito de ir e vir, impedir contato com seus filhos e proibir postagens nas redes mostram que não vivemos mais em uma democracia”, completou.
O vereador de Salvador, Alexandre Aleluia (PL), também se posicionou contra a decisão. “Além da tornozeleira, Bolsonaro não pode acessar redes sociais nem falar com Eduardo. Tem horário para voltar pra casa. É surreal”.
Cezar Leite (PL), também vereador soteropolitano, utilizou termos contundentes. “É inaceitável tratar um ex-presidente como criminoso, enquanto corruptos seguem impunes. Essa tornozeleira simboliza o triunfo da perseguição sobre o Estado de Direito. Estamos vivendo uma ditadura velada”, alertou.
Bolsonaro fala em "humilhação suprema"
O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu à medida imposta pelo STF, classificando-a como um ataque à sua dignidade. “No meu entender, o objetivo é a suprema humilhação”, disse à imprensa após a instalação do equipamento.
“Nunca cogitei deixar o Brasil ou me abrigar em embaixada”, afirmou, rebatendo suspeitas de tentativa de fuga. “Estou sendo perseguido politicamente. Sempre respeitei a Justiça”, completou.
O que foi apreendido na casa do ex-presidente
Durante o cumprimento do mandado de busca, a Polícia Federal encontrou cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na residência de Bolsonaro, em Brasília. Ele confirmou a apreensão e alegou legalidade dos valores. “Está tudo registrado. Há recibo do Banco do Brasil”, disse ao seguir para a sede do PL.
Também foi encontrado um pendrive oculto em um banheiro, que será analisado pela perícia. Outro item recolhido foi uma cópia de uma ação movida pela plataforma Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes nos Estados Unidos. A empresa acusa o magistrado de censura e pede que suas decisões não tenham validade em território americano.
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