Prisão de empresário em Salvador expõe caso de duplo homicídio
Marcelo Batista é apontado pelo MP-BA como responsável por mortes
Por: Lorena Bomfim
27/08/2025 • 09:08
O empresário Marcelo Batista da Silva foi preso nesta terça-feira (26), em Salvador, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva. Ele é investigado pelo assassinato de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz, além de uma tentativa de homicídio contra outras três pessoas, duas delas ex-funcionários de seu ferro-velho.
Segundo a Polícia Civil, a prisão ocorreu no próprio estabelecimento do empresário, no bairro de Pirajá. As vítimas sobreviventes relataram ter sido alvo de disparos, mas conseguiram escapar sem ferimentos graves.
Investigações
De acordo com as apurações, Paulo Daniel e Matusalém teriam sido torturados e mortos dentro do galpão do ferro-velho. Embora os corpos ainda não tenham sido encontrados, a polícia considera o caso como homicídio consumado.
Os jovens estavam no emprego havia cerca de três semanas quando desapareceram. Familiares afirmaram que eles saíram para trabalhar normalmente, sem sinais de conflito no local.
Em 27 de março, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou Marcelo e o soldado da Polícia Militar Josué Xavier Pereira. O órgão aponta que os crimes foram cometidos por motivo torpe, de forma cruel, com ocultação dos cadáveres e impedindo a defesa das vítimas.
Quatro dias depois, em 31 de março, a Justiça aceitou a denúncia, tornando os acusados réus e decretando novamente a prisão preventiva de Marcelo. A audiência de instrução foi marcada para 16 de junho, quando serão analisadas provas e depoimentos.
Marcelo estava foragido desde novembro de 2024, quando a Justiça determinou sua primeira prisão preventiva. Em março deste ano, ele chegou a obter liberdade provisória, substituída por medidas cautelares.
Liberdade provisória e nova prisão
No dia 9 de junho, o empresário se apresentou voluntariamente à Justiça, após mais de dois meses foragido. O juiz Vilebaldo José de Freitas concedeu liberdade provisória, impondo uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de deixar a cidade.
Na decisão, o magistrado destacou que a entrega espontânea, acompanhada da devolução do passaporte e de um pedido formal de desculpas, demonstrava “arrependimento e respeito ao Judiciário”. Ele também alertou que qualquer descumprimento resultaria na revogação imediata da liberdade.
Apesar das restrições, a Polícia Civil manteve o monitoramento de Marcelo, diante de seu histórico de violência e ameaças. A nova prisão preventiva, segundo a corporação, busca garantir a segurança das vítimas e a ordem pública.
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