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Estudo mostra que casais tendem a compartilhar transtornos de saúde mental

Pesquisa internacional analisou 14,8 milhões de pessoas e aponta impacto até nas próximas gerações

Por: Redação

06/09/202514:20

Pessoas com transtornos psiquiátricos têm mais chances de se casar com alguém que apresenta a mesma condição, aponta um estudo publicado na última quinta-feira (28/8) na revista Nature Human Behavior.

Foto Estudo mostra que casais tendem a compartilhar transtornos de saúde mental
Foto: Foto: Reprodução

A pesquisa analisou dados de mais de 14,8 milhões de pessoas em Taiwan, Dinamarca e Suécia, abrangendo nove condições psiquiátricas: esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão, ansiedade, TDAH, autismo, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno por uso de substâncias e anorexia nervosa.

Os resultados mostraram que, quando um dos parceiros recebia diagnóstico, o outro tinha probabilidade significativamente maior de apresentar a mesma ou outra condição psiquiátrica. “O principal achado é que esse padrão se repete em diferentes países, culturas e gerações”, afirmou Chun Chieh Fan, coautor do estudo e pesquisador de genética e população do Instituto Laureate para Pesquisa do Cérebro, em Tulsa (EUA).

Três hipóteses para explicar a tendência

Embora não tenha investigado as causas, o estudo sugere possíveis explicações. A primeira é que pessoas com transtornos semelhantes podem se atrair e se compreender melhor diante de experiências comuns. Outra hipótese é a convergência, processo em que parceiros tornam-se mais parecidos ao longo do tempo por compartilharem o mesmo ambiente. Por fim, o estigma social associado a condições psiquiátricas pode limitar as opções de relacionamentos.

Impactos para filhos e futuras gerações

Segundo os pesquisadores, crianças com dois pais diagnosticados com o mesmo transtorno têm o dobro de chances de desenvolver a condição em comparação às que têm apenas um dos pais afetado.

Os autores destacam que os achados podem auxiliar casais a compreender riscos genéticos e tomar decisões mais informadas. No entanto, ressaltam que mais estudos são necessários antes de mudanças na forma como profissionais de saúde mental comunicam essas informações.