Reposição hormonal melhora qualidade de vida feminina, explica ginecologista
Em entrevista ao Portal Esfera no Rádio, Dra. Fernanda Medeiros esclarece mitos sobre os implantes
Por: Domynique Fonseca
24/10/2025 • 16:30
Na edição do programa Portal Esfera no Rádio desta sexta-feira (24), apresentado por Luis Ganem, a ginecologista Dra. Fernanda Medeiros, especialista em saúde da mulher, explicou os benefícios e cuidados da terapia de reposição hormonal, abordando dúvidas frequentes sobre os implantes hormonais e o uso responsável dos tratamentos.
Durante a entrevista, a médica destacou que a reposição hormonal é uma aliada da saúde feminina, especialmente no climatério e na menopausa, períodos em que a produção hormonal diminui e sintomas como ondas de calor, insônia e alterações de humor se tornam comuns.
“A reposição hormonal melhora a qualidade de vida da mulher e reduz o risco de doenças crônicas, como osteoporose e problemas cardiovasculares”, afirmou a ginecologista.
Segundo a Dra. Fernanda, é importante desmistificar o uso dos implantes, popularmente conhecidos como “chip”.
“Na verdade, não existe chip. Existem dois tipos de implantes: o absorvível, que é dissolvido completamente no organismo, e o silástico, um pequeno tubo de silicone que contém o hormônio. O implante é apenas o veículo, o que realmente importa é o conteúdo e a dosagem”, explicou.
Ela alertou, no entanto, para o uso inadequado desses métodos: “O problema não está nos implantes em si, mas em quem os prescreve. Hoje, há muitos profissionais sem a devida formação em endocrinologia ou saúde da mulher que fazem cursos rápidos e saem indicando reposições hormonais de forma irresponsável”, criticou.
A especialista defendeu a necessidade de regulamentação e acompanhamento médico especializado, ressaltando que cada paciente deve ser avaliada individualmente.
“Eu passo mais tempo contraindicando do que indicando implantes. É preciso ter critério e conhecimento técnico para prescrever”, reforçou.
Quem não pode fazer reposição hormonal?
Dra. Fernanda destacou que o tratamento deve ser evitado por mulheres com histórico de câncer de mama, infarto ou AVC, além daquelas com mutações genéticas como BRCA1 e BRCA2. Nesses casos, o uso de hormônios pode aumentar o risco de complicações.
A médica também abordou o desafio do acesso aos cuidados ginecológicos.
“Cuidar da saúde é um investimento. A consulta não é cara perto do custo de uma doença. E há opções de atendimento gratuito, como os ambulatórios da Escola Baiana de Medicina e os atendimentos voluntários que realizo na Cidade da Luz”, contou.
Fernanda Medeiros reforçou que o estrogênio, quando indicado corretamente, não causa câncer. O medo da reposição, segundo ela, vem de um estudo antigo e mal interpretado.
“Hoje, a ciência mostra que, se usada no período certo, até 10 anos após a menopausa , a terapia é segura e traz benefícios comprovados”, concluiu.
