Golpes financeiros se multiplicam com vídeos falsos que prometem limpar o nome
Fraudes digitais usam IA, vozes conhecidas e promessas de aumento de score para enganar consumidores
Por: Redação
20/10/2025 • 09:49
O desconhecimento financeiro se tornou um dos maiores riscos para o consumidor brasileiro, que enfrenta uma onda crescente de golpes digitais disfarçados de orientação financeira. Vídeos e postagens nas redes sociais prometem “limpar o nome” ou “aumentar o score de crédito”, mas escondem armadilhas que têm levado milhares de pessoas a prejuízos bancários. Os golpistas usam linguagem técnica, identidade visual de bancos e até vozes geradas por inteligência artificial para tornar a fraude mais convincente.
Entre as vítimas está Marta Cunha, assessora administrativa que teve sua conta esvaziada após cair em um golpe que simulava atendimento bancário. “Eles diziam que eu precisava aumentar meu limite Pix e pediram para fazer um teste com R$ 1. Depois começaram a mandar mensagens com o logo do banco e repetiam meus dados. Quando percebi, todo o dinheiro e o limite do cartão tinham sido usados”, conta.
Marta registrou queixa, mas não conseguiu reaver o valor. Casos como o dela se multiplicam nas redes, segundo Aline Vieira, coordenadora de conteúdo da Serasa. “Há uma enxurrada de vídeos prometendo ‘limpar nome sem pagar’ ou ‘aumentar pontuação em 24 horas’. Essas falsas promessas se espalham rápido, já que notícias falsas têm 70% mais chance de viralizar do que as verdadeiras”, explica.
Aline alerta que os criminosos vêm usando IA e vozes de influenciadores ou executivos para enganar o público. “A forma mais eficaz de se proteger é com informação e checagem das fontes antes de agir”, reforça.
Entre as principais armadilhas estão links falsos, mensagens que pedem dados pessoais e e-mails que imitam o suporte de bancos. A orientação é confirmar sempre a origem da comunicação e nunca compartilhar senhas.
O aumento dos golpes financeiros também tem levado o setor bancário a reforçar seus investimentos em segurança. Segundo Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços de Segurança da Febraban, “os bancos associados devem investir cerca de R$ 48 bilhões em tecnologia e segurança da informação, sendo 10% voltados exclusivamente para prevenção de fraudes”.
Walter destaca que as instituições já utilizam criptografia, biometria, tokenização e inteligência artificial para identificar atividades suspeitas em tempo real. Além disso, campanhas de conscientização em redes sociais e meios de comunicação ajudam a educar os consumidores sobre os novos formatos de golpe.
No ambiente digital, onde a desinformação financeira cresce a cada dia, a combinação entre tecnologia, educação e atenção continua sendo a principal forma de garantir proteção financeira.