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Perícia confirma adição de metanol em bebidas adulteradas em São Paulo

Três mortes já foram confirmadas e dez seguem sob investigação; 42 pessoas foram presas nas operações

Por: Redação

08/10/202510:18

O Instituto de Criminalística da Polícia Científica confirmou que o metanol encontrado em bebidas alcoólicas adulteradas em São Paulo foi intencionalmente adicionado e não surgiu de forma natural durante o processo de destilação. A informação foi divulgada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) nesta quarta-feira (8).

Foto Perícia confirma adição de metanol em bebidas adulteradas em São Paulo
Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

“Pode-se afirmar, até o momento, e de acordo com as concentrações encontradas, que o metanol foi adicionado às bebidas”, informou o órgão.

De acordo com o último balanço do governo paulista, divulgado na terça-feira (7), o estado soma 18 casos confirmados de intoxicação por metanol e 176 notificações em investigação. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) apura dez mortes possivelmente relacionadas ao consumo das bebidas contaminadas, sendo três já confirmadas entre elas, a da jovem Bruna Araújo, de 30 anos, em São Bernardo do Campo.

Apesar do avanço nas confirmações, 38 casos foram descartados após análises clínicas e outros 35 seguem sob apuração. Ao todo, 11 estabelecimentos foram interditados em regiões como Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Mooca, M’Boi Mirim e Cidade Dutra, na capital, além de pontos na Grande São Paulo.

Desde o início do ano, 42 pessoas foram presas por envolvimento em esquemas de adulteração, sendo 21 apenas nesta semana.

Para reforçar o tratamento dos intoxicados, o governo estadual adquiriu 2 mil ampolas de álcool etílico, substância usada para neutralizar os efeitos do metanol no organismo. O material será distribuído aos centros de referência de saúde. Um novo protocolo também deve agilizar os exames toxicológicos, com testes de sangue e urina sendo concluídos em até uma hora no Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (LATOF) da USP de Ribeirão Preto.

Altamente tóxico, o metanol ou álcool metílico é um composto incolor e inflamável, usado na fabricação de combustíveis, tintas e adesivos. Seu consumo pode causar cegueira, falência de órgãos e morte. Pela legislação do Ministério da Agricultura, o limite máximo permitido é de 20 miligramas por 100 mililitros de bebida destilada.