Ao menos oito dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) podem estar na lista de alvos da nova medida anunciada pelo governo dos Estados Unidos. É o que diz uma noticia publicada no portal Metrópoles. A decisão, revelada na sexta-feira (18), pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, suspende vistos de entrada no país concedidos ao ministro Alexandre de Moraes, seus familiares e supostos aliados no Judiciário.

A medida gerou repercussão imediata no Brasil e no exterior, principalmente após Rubio usar o termo “aliados” em seu pronunciamento. A expressão levantou a possibilidade de que todos os magistrados considerados alinhados com decisões de Moraes também estejam incluídos na retaliação.

Segundo bastidores do governo e da imprensa internacional, os ministros Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Edson Fachin estariam entre os atingidos. Fora da sanção, permaneceriam os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux, considerados mais simpáticos ao campo político do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Embora Moraes não costume frequentar os EUA, outros ministros (incluindo o atual presidente da Corte), participam regularmente de eventos acadêmicos e conferências no país, o que amplia o impacto da decisão.

Além dos magistrados, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também pode ser afetado. Gonet assinou as denúncias contra acusados de envolvimento em atos golpistas em 2022 e, recentemente, defendeu a prisão de Bolsonaro em alegações finais enviadas ao STF.

Durante o anúncio das restrições, Marco Rubio acusou Moraes de conduzir o que chamou de "caça às bruxas política" contra o ex-presidente brasileiro. “Essa perseguição instaurou um ambiente de censura que fere os direitos dos brasileiros e ultrapassa as fronteiras do país, afetando até cidadãos norte-americanos. Por isso, determinei a revogação imediata dos vistos de Moraes, seus aliados e seus familiares”, declarou Rubio.