Em encontro com a imprensa baiana realizado na manhã desta quarta-feira, o deputado estadual Tiago Correia (PSDB) comentou as recentes movimentações políticas na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), com destaque para a migração de Nelson Leal e Cafu Barreto para o campo de oposição ligado ao ex-prefeito ACM Neto.

Segundo o parlamentar, as mudanças de lado ocorrem em um contexto típico de ano pré-eleitoral, quando articulações e realinhamentos passam a se intensificar. Correia lembrou que o calendário eleitoral já impõe um ambiente de disputa antecipada, o que tende a acelerar conversas e redefinições de alianças.

Ao analisar o cenário, o deputado afirmou que as adesões recentes não devem ser confundidas com movimentações anteriores de outros parlamentares, que, segundo ele, já haviam se reposicionado politicamente há mais tempo. Para Correia, os casos de Nelson Leal e Cafu Barreto se inserem claramente na lógica de pré-campanha eleitoral.

Leituras distintas

Na avaliação de Tiago Correia, embora ambos tenham sido historicamente associados à base governista, os movimentos de Nelson Leal e Cafu Barreto obedecem a motivações diferentes. O deputado destacou que Nelson, ex-presidente da Alba, já havia anunciado que não disputará a próxima eleição, o que, segundo ele, afasta a tese de fragilidade eleitoral.

Ainda conforme o parlamentar, a decisão de Nelson Leal pode estar relacionada a uma leitura própria do cenário político estadual, especialmente sobre as chances eleitorais dos principais grupos em disputa. Correia ressaltou a experiência do deputado e evitou atribuir o rompimento a um único fator objetivo.

Em relação a Cafu Barreto, o deputado do PSDB apontou que o movimento estaria mais diretamente ligado à dinâmica eleitoral de quem ainda busca a reeleição. Para ele, cada parlamentar faz sua própria avaliação sobre viabilidade política, bases eleitorais e perspectivas futuras.

Intensificação das articulações na Alba

Ao ampliar a análise, Tiago Correia afirmou que novas conversas devem ocorrer tanto no campo governista quanto na oposição ao longo dos próximos meses. Segundo ele, o momento é marcado por “namoros políticos” e negociações ainda em curso, o que torna prematuro prever novas migrações.

Questionado sobre críticas de que a oposição teria intensificado sua atuação apenas agora, o deputado negou oportunismo eleitoral. Ele sustentou que o posicionamento crítico ao governo, especialmente em relação aos empréstimos autorizados pelo Executivo, sempre existiu, embora as estratégias de atuação em plenário tenham variado conforme o momento político e a pauta em discussão.

Para Correia, o atual cenário apenas explicita um processo natural da política baiana em ano pré-eleitoral, no qual alianças são revistas e os grupos passam a se posicionar com mais clareza diante do eleitorado.