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“Camarotes reproduzem exclusão dos clubes antigos”, critica Sílvio Humberto

Vereador comenta sobre racismo estrutural, desigualdade e políticas de segurança

Por: Domynique Fonseca

22/10/202519:00

Na edição do programa Portal Esfera no Rádio, da Itapoan FM (97,5), apresentado por Luis Ganem, o vereador Sílvio Humberto (PSB) discutiu, nesta quarta-feira (22), questões ligadas ao racismo estrutural, à desigualdade social e à exclusão histórica presente em eventos culturais, como os camarotes de Carnaval.

Foto “Camarotes reproduzem exclusão dos clubes antigos”, critica Sílvio Humberto
Foto: Pedro Henrique / Portal Esfera

“Eu nunca frequentei o Camarote Salvador, que já começou a vender para 2026. Não tenho nada contra as pessoas que vão se divertir, mas o modelo em si é problemático. Ele remete aos clubes antigos, que historicamente excluíam negros. É um padrão de segregação que ainda persiste na nossa cidade”, afirmou o vereador.

Sílvio destacou que a desigualdade racial não é apenas simbólica, mas estruturante: “O racismo organiza o cotidiano e determina quem tem oportunidades e quem enfrenta riscos. É a base que molda a vida de muitos jovens, que acabam vulneráveis desde cedo.”

O vereador também falou sobre a importância de políticas públicas voltadas à segurança, elogiando o plano lançado pelo governo estadual para reduzir a letalidade policial em 10% sem comprometer a atuação das forças de segurança.

“É um passo importante, mas a sociedade civil precisa monitorar e cobrar a implementação, garantindo que os protocolos realmente funcionem”, afirmou.

Sílvio Humberto relacionou desigualdade, concentração de renda e ausência de representação negra na política local.

“Salvador é uma cidade rica, mas não próspera. A baianidade nagô, que poderia ser fonte de dignidade e prosperidade para a população negra, acaba sendo limitada pelo racismo estrutural e pela concentração de renda. Isso se reflete no poder político: ainda não tivemos uma prefeita negra na cidade”, criticou.

Para o vereador, a superação desses desafios passa por criar oportunidades reais para crianças e jovens negros: “Não basta apenas celebrar cultura e tradição, é preciso transformar essas oportunidades em dignidade e prosperidade. Só assim Salvador poderá realmente ser uma cidade inclusiva."