Geddel rebate críticas e diz que pagou por erros: "Não fui condenado ao silêncio"
Em entrevista de rádio, ex-ministro afirmou que cumpriu sua pena e tem direito de falar
Por: Marcos Flávio Nascimento
21/10/2025 • 13:02 • Atualizado
O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) respondeu à críticas feitas por um ouvinte durante sua participação no Portal Esfera no Rádio, transmitido pela Itapoan FM (97,5) nesta terça-feira (21), apresentado por Luis Ganem.
Questionado sobre que 'moral' teria para comentar a segurança pública em Salvador e o desempenho do ex-prefeito ACM Neto (União), Geddel reagiu de forma contundente, afirmando que já pagou pelos erros do passado e que não aceita ser silenciado.
“Eu fui condenado, preso e paguei os preços que me foram cobrados pela sociedade brasileira. Fiz isso com altivez, sem delatar ninguém e sem pedir anistia. Agora, eu não fui condenado ao silêncio”, afirmou.
Durante a entrevista, o político baiano criticou o que chamou de tentativa de censura por parte de seus detratores.
“A moral que eu tenho é a de quem está de peito aberto, que anda pelas ruas, que errou e pagou. Se você não gosta do que eu digo, não ouça. Não me siga, me bloqueie, mas não tente me calar”, completou.
“A moral que eu tenho é a de quem está de pé”
Geddel afirmou ainda que o episódio que o levou à prisão foi resultado de um sistema eleitoral “pervertido”, baseado em práticas de financiamento de campanha sem transparência. Segundo ele, seu caso poderia ter ocorrido com “qualquer político brasileiro”.
“Não enriqueci, não fui condenado por corrupção. Fui condenado por lavagem, mas sem crime antecedente. Nunca me acusaram de comprar nada que não fosse fruto da luta da minha família. A moral que eu tenho é essa, a de poder responder de cabeça erguida”, disse.
O ex-ministro comparou sua trajetória à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também foi preso e voltou à vida pública. “A moral que eu tenho é a mesma do presidente Lula, que foi preso e hoje é presidente da República. Isso é democracia, você goste ou não”, pontuou.
Em outro momento, Geddel reforçou que não busca aplausos nem aceita agressões. “Eu não peço aplauso dos que gostam, nem aceito agressão dos que não gostam. Bateu, levou. Me xingou, vai ser xingado. Esse é meu temperamento”, declarou.
Ao encerrar, ele disse que segue em paz com sua consciência. “Já caí e levantei. Caí de novo e levantei outra vez. Isso faz parte da vida. Não esperem que eu me esconda ou peça desculpas por existir. Sou incensurável.”