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Atraso no seguro defeso deixa famílias baianas sem renda há 90 dias

Pescadores denunciam falha do INSS e anunciam bloqueio de rodovia nesta sexta, cobrando liberação imediata do benefício

Por: Marcos Flávio Nascimento

11/12/202511:37

Pescadores e marisqueiras do Recôncavo Baiano entraram em estado de alerta nesta semana, denunciando um atraso superior a 90 dias no seguro defeso, recurso que garante a sobrevivência das famílias durante o período em que a pesca é proibida. O benefício, que deveria ser pago pelo INSS, continua travado, deixando mais de 60 mil famílias sem renda.

Foto Atraso no seguro defeso deixa famílias baianas sem renda há 90 dias
Foto: Reprodução / Prefeitura de Xique-Xique

Enquanto a situação se agrava, lideranças locais passaram a cobrar explicações. O presidente da Associação dos Pescadores de Santo Amaro, Jadilson, o Pantera da Pesca, questiona a demora e afirma que “o dinheiro está na agência e ninguém explica por que não foi liberado”. Segundo ele, o atraso expõe a negligência do Ministério da Pesca e da direção nacional do INSS, já que o pagamento deveria ter sido regularizado desde 31 de outubro.

A revolta aumentou após relatos de marisqueiras que dizem não ter “um centavo para comer”. Entre os pescadores, o sentimento é de indignação, especialmente diante da proximidade do Natal, já que muitos afirmam que vão “passar a data sem o benefício enquanto gestores têm mesa farta”. O atraso no seguro defeso se tornou o principal assunto nas comunidades ribeirinhas da região.

Protesto anunciado

Diante da falta de respostas, os trabalhadores decidiram radicalizar. A categoria convocou uma grande manifestação para esta sexta-feira (12), às 8h, com expectativa de interromper o tráfego na BA que liga Cachoeira, Santo Amaro e Saubara. A mobilização tem um objetivo direto: forçar a presença de representantes do INSS para esclarecer o motivo do bloqueio e exigir a liberação imediata do recurso.

Pressão por solução

Sem perspectiva de pagamento e temendo que o atraso avance ainda mais, pescadores reforçam que só vão suspender o protesto após receberem garantias concretas. A insatisfação se concentra na falta de transparência sobre o andamento do processo e na ausência de comunicação por parte dos órgãos responsáveis. Para as famílias, a regularização do seguro defeso é urgente, já que a pesca continua proibida e qualquer retorno à atividade pode resultar em prisão.