Mortes na Penha e no Alemão passam de 130 após megaoperação no Rio
Defensoria aponta aumento no número de vítimas após ação policial com 2.500 agentes nas comunidades
Por: Redação
29/10/2025 • 10:53
O número de mortos após a megaoperação das forças de segurança nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, subiu para mais de 130, segundo informou a Defensoria Pública do Estado na manhã desta quarta-feira (29). A ação é considerada uma das mais letais da história recente do país.
Na Praça da Penha, zona norte do Rio, moradores amanheceram diante de uma cena de horror: corpos estendidos sob uma lona, à espera de remoção. Durante a madrugada, moradores e ativistas relataram ter retirado mais de 60 corpos de uma área de mata no interior do complexo, sem a presença das autoridades.
O governo do estado havia encerrado a operação na terça (28) informando 64 mortos, mas o novo balanço da Defensoria indica um cenário muito mais grave. O número oficial ainda não foi atualizado pelas forças de segurança.
Operação mobilizou mais de 2.500 agentes
Batizada de Operação Contenção, a ação conjunta das polícias Civil e Militar mobilizou cerca de 2.500 agentes em uma ofensiva que se estendeu por todo o dia de terça-feira (28). O objetivo declarado era combater a expansão do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes da facção.
A ofensiva foi resultado de mais de um ano de investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Entre os alvos, 30 seriam membros do CV vindos de outros estados, especialmente do Pará, que estariam abrigados nas comunidades da Penha e do Alemão.
Fernando Frazão / Agência Brasil
Com o aumento do número de mortos, a operação reacende o debate sobre o uso da força policial em áreas periféricas e a responsabilidade do Estado em ações de grande impacto social. Organizações de direitos humanos cobram transparência e investigação imediata sobre as circunstâncias das mortes.
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