Em visita oficial à Malásia, a primeira de um presidente brasileiro em 30 anos, Luiz Inácio Lula da Silva firmou, nesta sexta-feira (24), acordos de cooperação com o primeiro-ministro Anwar Ibrahim para fortalecer o comércio e os investimentos bilaterais. Outra possibilidade de acordo, ainda, envolve uma chance de redução do tarifaço. 

Os novos entendimentos abrangem energia, ciência, tecnologia e inovação, áreas que ambos os governos consideram estratégicas. Atualmente, o comércio entre os dois países movimenta cerca de US$ 6 bilhões anuais.

Durante a cerimônia em Kuala Lumpur, Anwar elogiou a trajetória de Lula e a afinidade entre Brasil e Malásia, destacando a defesa comum por justiça social e desenvolvimento sustentável. “Este não é um encontro diplomático comum, mas uma parceria entre amigos que compartilham ideais”, afirmou.

Lula, por sua vez, reforçou que a cooperação vai além do aspecto econômico. Ele criticou o protecionismo internacional e defendeu o livre comércio, o humanismo e a paz global. “Precisamos de mais comida e menos armas”, declarou. O presidente também reiterou o compromisso do Brasil com as políticas de combate à fome e destacou a importância da COP30, que será realizada em Belém (PA).

Trump e Lula podem selar alívio no tarifaço ao Brasil

O presidente tem na agenda deste domingo (26) um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à margem da Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). A reunião, prevista entre 17h e 18h no horário local (6h e 7h de Brasília), deve abordar as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e as sanções aplicadas a autoridades brasileiras.

Lula afirmou que vai ao encontro “com disposição de encontrar soluções” e pretende discutir também temas internacionais, como a guerra em Gaza, o conflito na Ucrânia, a crise na Venezuela e a exploração de minerais estratégicos.

Em declaração a jornalistas a bordo do Air Force One, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado (25), que pode reduzir as tarifas de importação sobre produtos brasileiros, que atualmente chegam a 50%, “sob as circunstâncias certas”.

O áudio da conversa, divulgado pela Casa Branca, registra Trump dizendo: “Acredito que vamos nos reunir, sim. Sob as circunstâncias certas, seguramente”.