A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de reabrir o processo contra Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, pode voltar a restringir o contato entre o dirigente e o ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida ocorre no contexto das investigações sobre a trama golpista e pode, mais uma vez, afastar os dois principais nomes do bolsonarismo.

A reabertura do caso foi aprovada pela Primeira Turma do STF, que acompanhou o voto de Moraes no julgamento do chamado “núcleo da desinformação”, um dos braços da investigação que apura a tentativa de golpe de Estado e a difusão de notícias falsas para minar a democracia.

Em meio às articulações políticas, Bolsonaro e Valdemar se encontraram pela última vez na segunda-feira (20), após um período sem diálogo. Nos bastidores, discutiram a estratégia do PL no Congresso, além de temas eleitorais, como a campanha presidencial de 2026 e a defesa de anistia a investigados pelo 8 de Janeiro.

Quando decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro, em agosto, Moraes foi categórico ao reforçar que o ex-presidente estava proibido de manter contato com alvos de inquéritos ou ações penais relacionados à tentativa de golpe, “inclusive por intermédio de terceiros”.

Essa não seria a primeira vez que o STF impõe barreiras ao diálogo entre os dois líderes. De fevereiro de 2024 a março de 2025, Bolsonaro e Valdemar permaneceram afastados por determinação judicial, o que gerou desconforto interno no partido.

De acordo com informações do colunista Guilherme Amado, aliados do PL veem o novo avanço de Moraes como parte de uma estratégia para limitar o poder político do bolsonarismo e frear articulações que possam influenciar o processo eleitoral. A expectativa é de que, com a reabertura do processo, o impedimento de contato entre Bolsonaro e Valdemar Costa Neto seja retomado nos próximos dias.