PP do Paraná veta candidatura de Sergio Moro ao governo em 2026
Decisão abre impasse na federação União Progressista e pressiona Moro a buscar nova legenda
Por: Redação
09/12/2025 • 13:53 • Atualizado
O Progressistas (PP) do Paraná decidiu, nesta segunda-feira (8), que não irá homologar uma eventual candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil) ao governo do estado em 2026. A decisão abre um impasse dentro da federação União Progressista, formada por União Brasil e PP, colocando em dúvida a viabilidade de o ex-juiz disputar o Palácio Iguaçu pelo grupo.
O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, afirmou que as decisões eleitorais da federação serão definidas de forma conjunta, mas garantiu que o partido respeitará a deliberação do diretório paranaense.
“Jamais ficarei contra a decisão do Paraná”, disse o senador, acrescentando que espera evitar desgastes internos.
A posição foi consolidada em reunião na sede estadual do PP, que contou com dirigentes, parlamentares e lideranças regionais. No encontro, o presidente do diretório do Paraná, Ricardo Barros, afirmou que a falta de entendimento com o União Brasil inviabilizou o apoio a Moro. Segundo ele, o senador teve sete meses para dialogar com as lideranças locais, mas não conseguiu adesão suficiente.
“É o resultado de meses de conversas que não prosperaram”, resumiu.
Alinhamento político e disputa estadual
O veto também reflete o cenário político do estado. O PP integra a base do governador Ratinho Junior (PSD), que pretende lançar um nome próprio para a sucessão em 2026. Entre os cotados estão os secretários Guto Silva e Rafael Greca, o vice-governador Darci Piana e o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi.
Para aliados do governador, a entrada de Moro na disputa é vista como um entrave para consolidar uma chapa competitiva dentro do grupo governista.
Ricardo Barros lembrou que o registro de uma candidatura majoritária pela federação depende da assinatura de Ciro Nogueira e do presidente do União Brasil, Antonio Rueda. No entanto, segundo ele, “não há consenso” para avançar com a candidatura de Moro. Barros ainda afirmou que, caso o senador mantenha o plano de concorrer, deverá buscar outra legenda.
“Ele será candidato de qualquer forma e vai procurar um partido que lhe garanta a legenda”, avaliou.
Mesmo vetando Moro, o PP pretende concentrar esforços na renovação de sua bancada no estado, que hoje conta com cinco deputados federais e sete estaduais. Ciro Nogueira reconheceu a relevância eleitoral do senador que lidera pesquisas internas , mas reforçou que a decisão tomada no Paraná será respeitada.
“Vamos colocar os interesses nacionais acima de qualquer coisa”, afirmou.
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