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Brasil participa de ofensiva global contra tráfico humano

Ação conjunta global envolveu 15 mil agentes e libertou 1.194 pessoas

Por: Iago Bacelar

11/07/202511:57

Uma operação internacional de combate ao tráfico de pessoas prendeu 158 suspeitos e libertou 1.194 vítimas em 43 países. A ação, chamada Global Chain, foi coordenada pela Europol, com apoio da Interpol, da Frontex e de autoridades policiais da Europa, África, Ásia e América do Sul, incluindo o Brasil.

Brasil participa de ofensiva global contra tráfico humano
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A iniciativa, liderada por Áustria e Romênia, mobilizou mais de 15 mil agentes durante uma semana de ações conjuntas. As investigações incluíram 276 mil verificações em aeroportos, postos de fronteira, fazendas, canteiros de obras e residências, onde foram identificados casos de exploração sexual, trabalho forçado, mendicância forçada e coerção para a prática de crimes como furtos e estelionato.

Brasil desmantela rede que enviava vítimas para Mianmar

No Brasil, a Polícia Federal desmantelou uma rede de tráfico de pessoas que atuava com aliciamento de vítimas por meio de falsas promessas de emprego. Após o recrutamento, os alvos eram levados para Mianmar, na Ásia, onde eram submetidos a exploração sexual. A operação resultou na identificação de envolvidos e na interrupção das atividades da organização criminosa.

Crianças foram alvo de exploração criminosa, diz Europol

De acordo com comunicado da Europol, os grupos criminosos desmantelados estavam atuando principalmente na agricultura, na construção civil e em trabalho doméstico. A operação também revelou a exploração de menores de idade, em especial para mendicância forçada e envolvimento em atividades ilícitas.

“As investigações mostram que a grande maioria das vítimas de exploração sexual são mulheres e adultas, enquanto a exploração de vítimas menores de idade está principalmente ligada à mendicância forçada e a atividades criminosas forçadas, como furtos de carteira”, informou a Europol. Segundo o texto, muitas das crianças exploradas são aliciadas por membros da própria família, o que dificulta o processo de proteção e resgate.

Esforço coordenado envolveu 15 mil agentes em todos os continentes

A ação conjunta envolveu operações simultâneas nos cinco continentes. A verificação de documentos, entrevistas com possíveis vítimas e checagens em áreas de risco foram algumas das estratégias adotadas pelas equipes envolvidas. De acordo com o relatório divulgado, 205 suspeitos adicionais foram identificados e seguem sob investigação.

Para a diretora executiva da Europol, Catherine De Bolle, o resultado da operação reforça a importância da cooperação entre nações.
“A cooperação estreita e eficaz entre as autoridades policiais internacionais e as autoridades de fronteira continua sendo essencial para proteger aqueles que são mais vulneráveis à exploração”, afirmou. Segundo ela, cada indivíduo resgatado representa um avanço importante no enfrentamento ao tráfico humano.

Exploração sexual e trabalho forçado lideram denúncias

Os dados levantados pela Global Chain revelam um panorama de exploração humana em larga escala, com foco na exploração sexual de mulheres adultas e no uso de crianças e adolescentes para atividades criminosas. Também foram registrados casos de trabalho forçado, especialmente em setores com menor fiscalização, como agricultura e construção civil.

As autoridades envolvidas seguem monitorando os alvos identificados e pretendem ampliar a cooperação nos próximos meses. A operação teve como objetivo não apenas o enfrentamento imediato, mas também o mapeamento de rotas internacionais de tráfico e a prevenção de novos casos de aliciamento.

A Polícia Federal brasileira mantém canais de denúncia abertos para casos de tráfico de pessoas. Informações podem ser encaminhadas de forma anônima pelo site da instituição ou pelo número 191.