Estudo aponta que desigualdade social acelera envelhecimento cerebral
Segundo os pesquisadores, o envelhecimento biológico é influenciado pelo ambiente externo
Por: Felipe Santana
21/07/2025 • 06:00
Um estudo internacional, envolvendo mais de 160 mil participantes em 40 países (incluindo o Brasil) concluiu que fatores como desigualdade social, poluição do ar e instabilidade política aceleram o envelhecimento biológico, especialmente do cérebro. A pesquisa, publicada na revista Nature Medicine, introduziu a métrica chamada “diferenças de idade biocomportamentais” (BBAGs), que compara a idade cronológica com a idade predita com base em saúde física, cognição, educação e funcionalidade.
Segundo os pesquisadores, o envelhecimento biológico não é determinado apenas por hábitos pessoais ou genética, mas é profundamente influenciado pelo ambiente externo. Essas exposições incluem disparidades econômicas, discriminação de gênero, déficit democrático, pobreza e baixa escolaridade, que criam condições de estresse prolongado e desgaste fisiológico acelerado.
A análise por região revelou que o envelhecimento é mais rápido na África e na América Latina, com destaque para países como Egito e África do Sul. Em contrapartida, várias nações da Europa e da Ásia apresentaram envelhecimento mais lento. O Brasil ficou numa posição intermediária entre esses extremos, com BBAGs levemente acima da idade real.
Autores brasileiros envolvidos no estudo destacam que as evidências reforçam a necessidade de ações estruturais, como a redução das desigualdades sociais, o fortalecimento das instituições democráticas e o investimento em qualidade ambiental. Segundo eles, políticas públicas eficazes podem reverter ou mitigar esses efeitos, contribuindo para um envelhecimento mais saudável e equitativo no país