Bolsonaro recusou gravar vídeo a Trump pedindo revisão da tarifa de 50%
Centrão e Valdemar Costa Neto sugeriram vídeo de agradecimento e apelo
Por: Iago Bacelar
27/07/2025 • 10:08
Aliados de Jair Bolsonaro tentaram convencê-lo a gravar um vídeo para Donald Trump solicitando a revisão da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, mas o ex-presidente desistiu da ideia. A informação foi divulgada pela coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Tentativa de negociação com Trump
Com o anúncio das novas tarifas, que devem impactar setores estratégicos da economia brasileira, lideranças do Centrão e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, defenderam uma aproximação entre Bolsonaro e Trump. O objetivo seria suavizar o discurso e tentar abrir um canal de negociação.
A proposta era que Bolsonaro gravasse um vídeo agradecendo o apoio político que vem recebendo de Trump, mas pedindo que o presidente norte-americano reconsiderasse a aplicação do tarifaço. A medida faz parte de uma série de sanções anunciadas pelos Estados Unidos, que incluem a cassação de vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em resposta a decisões contra o ex-presidente.
Decisão de Bolsonaro
Bolsonaro chegou a analisar a sugestão, mas optou por não seguir com a gravação. Interlocutores próximos afirmam que o ex-presidente avalia que uma manifestação direta poderia ser interpretada como um gesto de fragilidade diante das imposições norte-americanas.
O ex-presidente tem buscado respaldo político no cenário interno, enquanto o governo federal tenta encontrar alternativas diplomáticas para reduzir o impacto da tarifa. A medida dos Estados Unidos ocorre em meio a uma série de tensões envolvendo o Brasil e faz parte de uma estratégia comercial mais ampla do governo Trump.
Impactos da tarifa
A tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros deve afetar diretamente exportadores nacionais, com destaque para os setores do agronegócio, aço e alumínio. Especialistas alertam que a medida pode causar uma retração nas exportações brasileiras e gerar prejuízos econômicos, além de ampliar a pressão sobre a balança comercial do país.
O governo brasileiro ainda não conseguiu estabelecer um diálogo direto com a Casa Branca para tentar negociar a redução ou a suspensão do tarifaço. Nos bastidores, parlamentares e representantes do setor empresarial têm tentado intermediar conversas com autoridades norte-americanas.
Estratégia do Centrão
Lideranças políticas do Centrão seguem pressionando Bolsonaro a manter um tom moderado nas declarações públicas para não dificultar futuras negociações. O grupo avalia que um posicionamento diplomático pode facilitar a abertura de canais de comunicação com o governo dos Estados Unidos.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reforçou a importância de mostrar disposição para o diálogo. Segundo aliados, a avaliação é que um discurso conciliador poderia melhorar o ambiente político e contribuir para uma solução negociada.
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