STF interroga grupo por golpe e desinformação
Nomes ligados ao Exército e PF serão ouvidos
Por: Ana Beatriz Fernandez Martinez
24/07/2025 • 09:30
O Supremo Tribunal Federal (STF) interroga nesta quinta-feira (24) os réus ligados aos núcleos 2 e 4 da suposta trama golpista investigada pela Corte. Os depoimentos, conduzidos por videoconferência, serão colhidos pelo ministro Alexandre de Moraes ou por juízes auxiliares de seu gabinete. Os investigados respondem a uma série de acusações relacionadas à tentativa de subverter a ordem democrática após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.
Os seis acusados do chamado núcleo 2 são apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsáveis por organizar ações que buscavam sustentar, de forma ilegítima, a permanência de Bolsonaro no poder. Entre as ações atribuídas ao grupo estão a elaboração da chamada “minuta do golpe”, o monitoramento ilegal do ministro Moraes, e articulações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o acesso de eleitores do Nordeste às urnas durante o pleito presidencial.
Já o núcleo 4 é composto por investigados acusados de espalhar fake news e promover ataques sistemáticos a instituições e autoridades públicas, com o objetivo de desestabilizar o sistema democrático. O grupo também é apontado como parte da engrenagem de desinformação que visava deslegitimar o processo eleitoral e criar ambiente favorável a medidas autoritárias.
Réus do núcleo 4 a serem ouvidos:
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Ailton Gonçalves Moraes Barros – major da reserva do Exército
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Ângelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército
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Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal
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Guilherme Marques de Almeida – tenente-coronel do Exército
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Reginaldo Vieira de Abreu – coronel do Exército
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Marcelo Araújo Bormevet – agente da Polícia Federal
Todos os envolvidos respondem a ação penal por cinco crimes:
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Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
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Tentativa de golpe de Estado
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Participação em organização criminosa armada
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Dano qualificado
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Deterioração de patrimônio tombado
As investigações fazem parte da ofensiva do STF para identificar e responsabilizar os envolvidos na tentativa de ruptura institucional promovida após as eleições de 2022. O caso ainda está em fase de instrução e pode resultar em condenações severas, caso as acusações sejam confirmadas.
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