A vitória da coalizão que sustenta o governo do presidente Javier Milei nas eleições legislativas da Argentina, realizadas neste domingo (26), provocou uma reação imediata e positiva no mercado financeiro. Poucos minutos depois da confirmação dos resultados, ações e títulos argentinos começaram a valorizar.

Papéis de companhias argentinas negociados no exterior registraram fortes ganhos no chamado “overnight”, período entre o fechamento de um pregão e a abertura do seguinte. A estatal de energia YPF, principal produtora de petróleo do país, teve alta de cerca de 12% logo após o anúncio da vitória do grupo governista.

O setor bancário também acompanhou a tendência de valorização. O Banco Galicia apresentou avanço de 13%, enquanto o Banco Supervielle saltou 16%. O movimento refletiu a confiança dos investidores nas políticas econômicas de Milei e nas perspectivas de estabilidade política após o resultado das urnas.

Logo após o encerramento da votação, o dólar cripto, uma das principais referências do câmbio paralelo no país, recuou 137 pesos em cerca de dez minutos, atingindo 1.420 pesos, queda expressiva em relação aos 1.551 pesos registrados na sexta-feira (24). A cotação passou a se aproximar da faixa de controle estabelecida pelo governo, entre 1,4 mil e 1,5 mil pesos.

Os títulos da dívida pública argentina também reagiram de forma positiva. Papéis com vencimento em 2035, entre os mais negociados, chegaram a 70,34 centavos de dólar, uma alta superior a 13 centavos, alcançando o maior patamar dos últimos meses. Com esse desempenho, os ativos argentinos lideraram os ganhos entre os mercados emergentes nesta segunda-feira (27).

A coalizão La Libertad Avanza, de Milei, consolidou uma vitória expressiva nas urnas ao obter 40,84% dos votos, conquistando terreno inclusive na província de Buenos Aires, considerada um reduto histórico do peronismo. O bloco ampliou sua representação de 37 para 101 cadeiras na Câmara dos Deputados e de seis para 20 assentos no Senado.

Em discurso após o resultado, Milei celebrou o desempenho e afirmou que o país vive um momento de virada.

“Passamos por um ponto de inflexão. Agora é hora de aprofundar as reformas de que a Argentina necessita”, declarou o presidente.