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Hugo Motta enfrenta semana de desgaste na Câmara

Críticas de parlamentares e tensões com o STF marcam a gestão do presidente da Casa

Por: Redação

12/12/202509:36

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), vive uma semana de forte desgaste político. Além das críticas de parlamentares de diferentes partidos, sua condução recente colocou a Casa em tensão com o Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são da CNN Brasil.

Críticas de parlamentares e tensões com o STF marcam a gestão do presidente da Casa
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Lideranças partidárias afirmam que Motta tenta agradar vários grupos, mas acaba acumulando insatisfações. O ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), padrinho político de Motta, já teria manifestado “decepção” nos bastidores.

Tanto lideranças de esquerda quanto de direita disseram à CNN Brasil que, se a eleição interna fosse hoje, não apoiariam a recondução do parlamentar ao comando da Casa.

No governo, há a avaliação de que Motta tem atuado contra a gestão de Lula, especialmente após a aprovação do projeto da dosimetria. A oposição, por sua vez, afirma não se sentir contemplada. Aliados do presidente da Câmara, porém, defendem que ele pauta tudo de forma transparente nas reuniões de líderes.

A relação com o governo se agravou após a votação do PL da Dosimetria, que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Governistas ficaram surpresos com o fato de Motta ter pautado a matéria logo após uma reunião com os ministros Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, sem mencionar o assunto. A atitude foi classificada como “traição”.

Outro ponto de tensão ocorreu nas votações envolvendo Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (Psol-RJ). A Câmara rejeitou cassar Zambelli decisão depois anulada pelo ministro Alexandre de Moraes  e suspendeu o mandato de Braga por seis meses. As votações foram anunciadas por Motta na véspera, pegando parlamentares de surpresa.

A análise do caso de Braga durou cerca de quatro horas, e, quando chegou a vez de Zambelli, o quórum já era menor. Lideranças deixaram o plenário relatando “desarmonia” com o presidente da Casa. Nos bastidores, a avaliação é de que Motta saiu enfraquecido.