“Se tiver filho meu metido nisso, será investigado”, diz Lula sobre fraudes no INSS
Suspeitas citam pagamento milionário e “mesada” a Lulinha
Por: Redação
18/12/2025 • 14:53 • Atualizado
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), revelou que a investigação sobre o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não terá blindagem para ninguém. Segundo o governante, se houver indícios contra o próprio filho, Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", a apuração seguirá o mesmo caminho adotado para os demais citados.
“Pessoas que estiverem envolvidas diretamente ou não, elas vão ser investigadas pela Polícia Federal. [..]Tenho dito pros meus ministros e pessoas que participam da CPI, é importante que haja seriedade para investigar todas as pessoas que estão envolvidas, ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado”, disse.
As declarações do presidente vêm após um ex-funcionário de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, relatar em depoimento que o lobista teria repassado R$ 25 milhões a Lulinha. O mesmo depoente afirmou ainda que haveria o pagamento de uma “mesada” em torno de R$ 300 mil.
As informações passaram a integrar o material analisado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura o caso. Até o momento, as acusações seguem sob investigação e não há conclusão oficial sobre a veracidade dos repasses citados.
Assista:
Lula sobre a Farra do INSS: “Se tiver filho meu envolvido, vai ser investigado” pic.twitter.com/IkxfcVtlI7
— Sam Pancher (@SamPancher) December 18, 2025
Mudança para outro país entrou no radar
Outro ponto que chamou a atenção dos parlamentares, conforme informações do g1, foi a mudança recente de Lulinha para Madrid, na Espanha. A saída dele do país foi considerada repentina pelos integrantes da CPMI e levantou questionamentos sobre a cronologia da decisão.
Entre os bastidores do Congresso, a dúvida é se ele teria tido acesso antecipado às investigações ou se optou por deixar o Brasil quando já era dado como certo a instauração da Comissão para apurar o esquema do INSS.
Entenda como funcionava o esquema
As fraudes vieram à tona em abril deste ano, após a primeira fase de uma operação da Polícia Federal (PF). As investigações apontam que aposentados e pensionistas tinham os valores de seus benefícios descontados mensalmente sem autorização.
Na prática, os beneficiários apareciam como associados a entidades de aposentados, mesmo sem nunca terem se filiado ou autorizado qualquer cobrança.
Ao todo, 11 entidades foram alvo de medidas judiciais. Os contratos firmados com aposentados e pensionistas foram suspensos, interrompendo os descontos enquanto as investigações seguem em andamento.
