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OMS alerta para risco global com avanço do vírus chikungunya em vários continentes

Organização cita sinais semelhantes aos do surto global de 2005

Por: Iago Bacelar

23/07/202511:25

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta nesta terça-feira (22) sobre o risco iminente de uma nova epidemia global do vírus chikungunya, que é transmitido por mosquitos e pode causar febre alta, dores articulares intensas e sequelas em alguns casos.

OMS alerta para risco global com avanço do vírus chikungunya em vários continentes
Foto: Divulgação/Fiocruz

A médica da OMS, Diana Rojas Alvarez, comparou os sinais atuais aos registrados entre 2004 e 2005, quando o vírus se espalhou a partir do Oceano Índico e infectou quase meio milhão de pessoas em diversos continentes.

"Estamos vendo a história se repetir", afirmou Diana durante coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça.

Mosquito-tigre amplia área de circulação com aquecimento global

A chikungunya é transmitida principalmente pelas fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, este último também conhecido como mosquito-tigre. Esses vetores são os mesmos responsáveis pela disseminação de doenças como dengue e zika.

Com o aquecimento global e as mudanças climáticas, o mosquito-tigre tem avançado para regiões mais ao norte, ampliando a área de circulação do vírus.

Segundo a médica da OMS, desde o início de 2025, ilhas do Oceano Índico como Reunião, Mayotte e Maurício enfrentam grandes surtos da doença. Estima-se que um terço da população de Reunião já tenha sido infectado. O vírus também se espalha por países como Madagascar, Somália, Quênia e pelo sul da Ásia, incluindo a Índia.

Casos locais na Europa preocupam autoridades sanitárias

A preocupação da OMS se intensifica com o surgimento de casos de transmissão local na Europa, especialmente na França e na Itália. Desde maio, aproximadamente 800 casos importados de chikungunya foram detectados na França continental.

Mais grave, segundo a organização, são os 12 episódios de transmissão local identificados em regiões do sul francês. Nesses casos, pessoas foram infectadas por mosquitos locais sem histórico de viagem para áreas endêmicas.

"Doze episódios de transmissão local foram detectados em regiões do sul da França, o que significa que pessoas foram infectadas por mosquitos locais, sem histórico de viagem para áreas endêmicas", explicou Diana. Um episódio também foi identificado recentemente em território italiano.

A médica destacou que, embora a taxa de mortalidade da doença seja inferior a 1%, o número de óbitos pode ser significativo em uma epidemia de larga escala.

"Quando você começa a contar milhões de infectados, esse 1% pode representar milhares de mortes", alertou a especialista.

OMS pede vigilância e prevenção urgente

Diante do avanço da doença, a OMS está pedindo que os países tomem medidas urgentes de vigilância e prevenção para evitar um surto global. As recomendações incluem reforço na vigilância epidemiológica, campanhas de informação à população e ações diretas de combate aos mosquitos.

Entre as principais medidas estão evitar água parada, usar repelente e vestir roupas de manga longa, principalmente em regiões onde já houve detecção do vírus.

"Estamos dando o alarme cedo para que os países possam se preparar com antecedência, detectar e fortalecer todas as capacidades para evitar surtos muito grandes", reforçou Diana.